O tabu que a pedagogia brasileira precisa superar - paulofreirismo

Luiz Rodrigues - Editor

Como escreveu o filósofo esloveno Slajov Zizek em um artigo sobre o ataque ao jornal satírico francês Charlie Hebdo, a esquerda liberal (Não economicamente mas nos costumes) se torna dogmática e se amarra a tabus.

A pedagogia brasileira trata Paulo Freire como um tabu, algo que basta ser mostrado e não discutido; confesso que a única ideia de Paulo Freire com a qual compactuo hoje é aquela "Professora sim, tia não, isso significa que o professor (a) não faz isso por amor como insistem alguns ministros (poucos aderem a uma profissão por amor), e sim como profissional, pelo menos é o que precisa ser.

Com relação ao conceito central, educação bancária, é algo totalmente anacrônico e empecilho para uma revitalização da pedagogia do país que não vai bem. Com uma educação pública ruim, mas universalizada não há motivos para a escola não ter nada mais do que ciência, conhecimento. De nada adianta aprender  a deixar de ser "dominado" e não aprender a ler.

Se a pedagogia não ai bem, os pais também vão muito mal: mandam os filhos para a escola de turno e confiam cegamente nisso, ora de nada adianta, se não exiges leitura caseira deixe-o logo em casa, não precisa ir à escola.

O amor na pedagogia atrapalha tudo, a carreira fraca não atrai mente brilhantes. A pedagogia precisa se tornar weberiana, longe da ideologia que só vale em um momento não serve para uma sociedade histórica, o que fica pior quando se mantém uma ideologia fora de contexto, quando mal havia escolas. Hoje há escolas, falta qualidade.

Da mesma forma não há por que não ler Gilberto Freyre por causa da Democracia Raicla, critique os exageros, mas saiba que Freyre defendeu a vida inteira a miscigenação, lutou contra a hegemonia racial defendendo que não havia hierarquia entre raças.