Somente um terço dos 164 países signatários atingiu todas as metas do compromisso Educação Para Todos
Há 15 anos, delegações de 164 países se reuniam em Dacar, Senegal, para elaborar propostas e objetivos da educação que deveriam pautar as políticas nacionais de cada país na década seguinte. O resultado foi o documento chamado Educação Para Todos (EPT), que estabeleceu seis metas de educação.
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O resultado, porém, já é conhecido, ou ao menos esperado. No começo de abril, a Unesco divulgou um relatório de avaliação dos objetivos do EPT, concluindo que “ainda há 58 milhões de crianças fora da escola no mundo e cerca de 100 milhões de crianças que não completarão a educação primária” (leia aqui a íntegra do relatório Educação Para Todos 200-2015).
Este panorama foi o tema do debate “Desafios da Conjuntura – as metas para a educação no pós-2015 e os desafios da educação brasileira”, que aconteceu no dia 1º de abril, na Ação Educativa, e contou com a presença de Maria Rebeca Otero Gomes, da Unesco, Camila Crosso, da Campanha Latinoamericana pelo Direito à Educação, e Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (assista aqui a íntegra do debate).
Debate Desafios da Conjuntura – as metas para a educação no pós-2015
e os desafios da educação brasileira (Gustavo Paiva/Ação Educativa)
Segundo indicou Maria Rebeca, coordenadora de educação da Unesco no Brasil, o país alcançou apenas duas das seis metas definidas no documento: a universalização do ensino fundamental e a paridade de gênero -”que para nós, não é exatamente um problema, como no Paquistão ou Afeganistão”, ressaltou a coordenadora.
Em outros quesitos, o país conseguiu alguns avanços, embora não os tenha cumprido integralmente, como a taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais -que passou de 12,4% em 2001, para 8,7% em 2012, segundo dados da PNAD- e a promulgação do Plano Nacional de Educação, sancionado pela presidente Dilma Rouseff no dia 25 de junho de 2014.
Rebeca também listou os principais desafios ainda enfrentados pelo Brasil. Entre eles, alfabetizar três milhões de jovens e adultos, expandir as matrículas no ensino superior e aumentar o financiamento para o setor.
Observatório da Educação
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