Relatório da agência da ONU para Refugiados mostra que as populações de pessoas refugiadas ou deslocadas por conflitos cresceu em todo o mundo; alto comissário António Guterres fala em "inabilidade da comunidade internacional" em trabalhar pelo fim de guerras.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O deslocamento global causado por guerras, conflitos ou perseguições atingiu um novo recorde em 2014: atualmente, são 59,5 milhões de pessoas no mundo vivendo como deslocadas internas, refugiadas ou solicitantes de refúgio. A metade é formada por crianças ou menores de 18 anos.
Os dados estão em relatório divulgado esta quinta-feira pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur. Se todas essas pessoas formassem a população de um país, a "nação" de refugiados seria a 24ª mais populosa do mundo.
Brasil
No ano passado, uma média de 42,5 mil pessoas por dia tornaram-se deslocadas ou refugiadas, um crescimento quadruplicado em apenas quatro anos.
Segundo a agência, quase 7,5 mil pessoas estão refugiadas no Brasil, sendo que outras 11,2 mil pediram asilo ao país e aguardam resposta.
Ao lançar o relatório, o alto comissário da ONU para Refugiados falou numa "nova era de deslocamento global". António Guterres citou a "falta de habilidade da comunidade internacional em trabalhar para encerrar guerras".
África e Oriente Médio
Nos últimos cinco anos, 15 conflitos foram iniciados ou foram retomados, a maioria na África, em países como Mali, República Democrática do Congo e Sudão do Sul. O Oriente Médio vem na sequência, devido aos confrontos na Síria, Iraque e Iêmen. A crise na Ucrânia também contribuiu para o aumento global dos refugiados.
A guerra na Síria faz com que o país tenha o maior número de deslocados internos, 7,6 milhões de pessoas, e o maior número de refugiados vivendo em países vizinhos: 3,8 milhões.
Retorno
Sobre a região das Américas, o relatório do Acnur destaca que a Colômbia continua abrigando uma das maiores populações de deslocados internos do mundo: quase 6 milhões de pessoas.
Já a violência de gangues e outras formas de perseguição na América Central levaram os Estados Unidos a receber no ano passado quase 37 mil pedidos de refúgio, um aumento de 44% na comparação com 2013.
Em 2014, apenas 126 mil refugiados conseguiram retornar para seus países de origem, o menor número em 31 anos segundo o Acnur.
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