Comissão Econômica da ONU atualiza projeção de crescimento; queda nos preços de matérias-primas e diminuição dos investimentos são alguns fatores após lenta expansão regional; Brasil terá retrocesso de 2%.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
De acordo com previsão da Comissão Econômica da ONU para América Latina e Caribe, Cepal, a economia da região deve crescer somente 0,2% em 2016, devido a um "complexo cenário externo".
Em relatório anual divulgado esta quinta-feira, a Cepal atualiza estimativas e destaca a importância de dinamizar o crescimento econômico com maior investimento e aumento da produtividade.
Matérias-Primas
Em 2016, América Latina e Caribe devem enfrentar vários riscos: incertezas sobre a economia da China, um dos principais sócios comerciais da região, e lentidão do crescimento global.
Os preços das matérias-primas que a região exporta deverão continuar baixos e a Cepal acredita que América Latina e Caribe poderão mostrar "deterioração em termos de troca, especialmente em países exportadores de petróleo e de minérios".
Brasil
A sede da Cepal fica em Santiago do Chile, de onde o vice-secretário-executivo da comissão concedeu entrevista à Rádio ONU. Antônio Prado falou sobre a expectiva de retrocesso do Brasil.
"Nossa primeira estimativa para o Brasil em 2016 é de uma queda do PIB de 2%. Não é uma boa notícia. O Brasil tem uma situação particular porque tem tanto fatores econômicos internos e externos como também fatores políticos. Com essa queda de preços no mercado internacional, o Brasil também é afetado. Hoje o país vive um momento de incerteza política muito grande e isso afeta as decisões econômicas."
Segundo a Cepal, o crescimento na Venezuela deve ser 7% menor. No próximo ano devem continuar a volatilidade e a incerteza observadas em 2015. Alguns países emergentes seguirão com dificuldades para obter recursos nos mercados internacionais.
Outros fatores de impacto são a valorização do dólar e o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos. O país que deve liderar o crescimento na América Latina e Caribe em 2016 será o Panamá, com expansão prevista de 6,2%, seguido da República Dominicana.
A Cepal indica ser indispensável avançar em direção a regras fiscais que priorizem os gastos de capital. Outra recomendação aos países é para que mantenham o gasto nacional e reativem a demanda agregada.
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