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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

ECONOMIA BRASILEIRA: CRISE CONJUNTURAL OU ESTRUTURAL?

O economista Humberto Dalsasso* reflete sobre a crise econômica e possíveis saídas para ela.

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Quando se visualiza a história da economia no mundo, verifica-se que, praticamente, todos os países, em diferentes momentos, passam por alguma crise. Nas décadas mais recentes o fenômeno se apresentou com maior frequência. Quando se procura interpretar a crise, dois tipos são característicos: Crise Conjuntural ou Crise Estrutural.

A Crise Conjuntural, quando tratada oportunamente, pode caracterizar-se como “uma marolinha”. Porém, se não tratada adequada e oportunamente, pode transformar-se numa “Crise Estrutural”, como foi o caso brasileiro, passando a exigir grandes esforços para superação.

A Crise Estrutural fragiliza os pilares da economia, exigindo, para correção, adequadas estratégias e táticas. A estratégia delineia “O que fazer” e a tática “Como fazer”, as quais vão se modificando a cada momento em que os fatos e a realidade vão se alterando. Não há uma estratégia de vida eterna. Mas as alterações precisam ser adequadas e consistentes.

O caso brasileiro nestes anos do Século XXI é significativo para os governantes que decidam dar uma rota adequada para o País, não apenas um panorama demagógico e de interesse político, mediante medidas populistas.

Não se desconhece a necessidade de inclusão das categorias excluídas mas, enquanto se concedem benefícios benevolentes temporários, a capacitação é necessária para que os beneficiários incorporem a habilitação para tornarem-se capazes no mercado de trabalho e empresarial.  Aí, então, esses benefícios de transformação integram o mercado de trabalho, restando nos benefícios apenas os idosos, doentes e deficientes.  Do contrário, o benefício generalizado e permanente, embora tenha dividendos políticos, apenas estimula a preguiça e detona as contas públicas, principalmente se somado à corrupção generalizada.

O momento por que passa a economia brasileira exige profunda e sensata reflexão, visto que estamos numa verdadeira crise estrutural.

E elevada e onerosa dívida pública, resultante de erros de gestão, cobrará dos brasileiros altos dividendos. A alta carga tributária não dá espaço para a elevação dos impostos. O elevado custo da dívida pública e dos gastos governamentais dificultam a solução via crédito. É necessário buscar a racionalização, não só reduzindo o tamanho da máquina pública – executivo, legislativo e judiciário - , sendo emblemática a dimensão do legislativo(câmara dos 531 deputados). Se o número de deputados for menor e que, cada um tenha uma pequena equipe técnica, disponibilizando-se uma equipe básica que atenda a todos, poder-se-á reduzir brutalmente o gasto.  A isto somam-se os estados e municípios.

Aumentar a eficácia do poder público é fundamental para revigorar a economia brasileira, direcionando-a não apenas ao crescimento mas, também, ao desenvolvimento, preservando seus recursos estratégicos. O País tem invejável riqueza. Mas a inadequada cultura de apropriação, que foi semeada pela viciada cultura portuguesa, destacando-se D. Pedro que, ao retornar a Portugal(1829), sacou os cofres públicos, detonando o Banco do Brasil, levando ouro e moedas.
Estamos num outro momento e precisamos mudar. Os desafios do atual presidente do País são grandes e poderão exigir sacrifícios. Mas agir é necessário e possível.  Conduzir o País ao equilíbrio e à moralidade é necessário e possível. Chegando lá, poder-se-á melhorar a eficácia, reduzindo a carga tributária, facilitando a competitividade e a expansão dos mercados.
Fácil não é. Mas é possível. É preciso acreditar.

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(*) Economista, Consultor Empresarial de Alta Gestão.

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