Cerca de 815 milhões de pessoas vivem nessa situação no mundo; estudo de cinco agências da ONU revela que total corresponde a um aumento de 38 milhões em relação a 2015.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
Os níveis globais da fome aumentaram pela primeira vez em mais de uma década e o problema afeta agora 11% da população mundial.
Segundo o relatório "Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo", cerca de 815 milhões de pessoas sofreram de fome em 2016. O número corresponde a mais 38 milhões em relação a 2015.
África, Ásia e América Latina
O estudo lançado esta sexta-feira, em Roma, envolveu cinco agências das Nações Unidas* e defende que as principais razões para o aumento da fome são os conflitos, as mudanças climáticas e os problemas económicos.
Falando à ONU News, em Nova Iorque, a representante do Escritório em Nova Iorque da Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, Carla Mucavi, disse que parcerias e decisões podem influenciar as soluções para os países.
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"Há necessidade de se canalizar mais recursos para o setor da agricultura por forma a que, de facto, os 815 milhões de pessoas que ainda estão em situação de insegurança alimentar e fome possam ver alguma luz que lhes permita sair dessa situação. Falamos das políticas apropriadas. Não há uma política única mas é importante que as políticas vão ao encontro dos desafios e que se encontrem ajustadas a aquilo que são as situações específicas."
De acordo com documento, entre as regiões mais afetadas estão a Ásia com 520 milhões, África com 243 milhões e a América Latina e Caraíbas com 42 milhões de pessoas.
A avaliação global das agências da ONU é a primeira realizada após a definição da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, que prevê no seu segundo objetivo eliminar a fome e a desnutrição.
O documento revela que após uma queda constante dos índices, os últimos dados revelam que a proporção da população global que passa fome aumentou pela primeira vez em mais de uma década.
Conflitos
Cerca de 489 milhões de pessoas vivem nessa situação em países afetados por conflitos, o que corresponde a 4,4% a mais do que em outros países.
De acordo com o documento, o número de conflitos aumentou drasticamente ao longo da última década e estes tornaram-se "mais complexos e intratáveis na sua natureza".
*Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, Fida, o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, e a Organização Mundial da Saúde, OMS.
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