Anitta, feminismo e arte contra arte - Blog A CRÍTICA

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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Anitta, feminismo e arte contra arte

Anitta declarou em entrevista a agência de notícias francesa AFP ser feminista, e daí? pode-se dizer, é um modismo, mas essa declaração neste caso específico não passa de marketing barato de uma empresária com boa capacidade de lucrar no cenário dos hits instantâneos, mesmo sem cantar nada; dizendo-se feminista ela se isenta da crítica artística e se encasula na caixa política de uma armadilha onde a cultura vira instrumento dialético para a política comportamental.

O povo não produz mais cultura, apenas recebe o que os estúdios mandam, a arte popular morreu. Tudo que se populariza como arte se encaixota em classificações de tiranias político-dialéticas. Os intelectualoides se esguelam defendendo o funk, não por qualquer expressão artística, mas pela causa política de degeneração da sociedade. A crítica de arte morreu, o que resta é a defesa de tudo no sentido de que se deve aceitar, é  a arte de rebanho, não precisa mais primar pela grandeza da produção, já que a crítica resta impedida de cumprir seu papel. É uma censura ao contrário.

Se se pegar uma "letra" de um funkeiro ou de banda de forró e na análise dizer que não há poesia nenhuma naquilo vão dizer ou que é preconceituoso ou que a música pertence ao gosto individual de cada um. Embora creiam que só compramos coisas porque somos imbecilizados pelo "sistema". A teoria, ou as teorias, que se sustentam em cima de uma recusa do mundo real, só se sustentam como totalitarismos. 

A arte perdeu o sentido artístico, virou instrumento político. A disputa política passou para o campo puro da cultura. A arte "engajada" apenas serve para passar a mensagem política, principalmente, os comportamentos que se quer ver estabelecidos. O político-artista é um inimigo da arte, toda a música, poesia e teatro são estragadas pelo fechamento do mundo em torno da pequena caixa ideológica que mantêm o pensamento desse tipo de imbecil.

A arte sempre fora um provocador da política, libertando o mundo do formalismo da política, o totalitarismo, desde Platão, é censurador da arte. Na pós-modernidade a censura deixou de vir da política e esta passou a se infiltrar na arte tirando sua autonomia.




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