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quinta-feira, 10 de maio de 2018

O que está acontecendo na Argentina?

¿Qué está pasando en Argentina?

Raul Jaime Mestre - El Blog Salmón

O Governo da Argentina e o Banco Central da Argentina (BCRA) lançaram uma nova bateria de medidas para conter a depreciação do peso e restaurar a tranquilidade dos mercados, mesmo que seja algo paliativo. Chegou aoponto que o governo da Argentina solicitou ajuda ao FMI, solicitando a injeção de dinheiro urgente.

O Banco Central da Argentina (BCRA) elevou as taxas de juros pela terceira vez em menos de uma semana para chegar a 40%, enquanto o ministro da Economia, Nicolás Dujovne, anunciou uma redução na meta de déficit de 3,2% por cento do PIB para 2,7 PIB.

Com as medidas do governo central e do BCRA, o peso se recuperou em relação ao dólar norte-americano, embora permaneça próximo aos mínimos históricos assinalados há uma semana, quando o peso afundou cerca de 8%.

Podemos nos perguntar: o que está acontecendo com a Argentina que teve que elevar as taxas de juros?

Devido à valorização do dólar frente ao peso, a inflação aumenta

O Banco Central da Argentina (BCRA) tomou essa decisão com o objetivo de conter o comportamento disruptivo que estava estabelecendo o mercado de câmbio, bem como garantir o processo de desinflação.

Desta forma, o Banco Central da Argentina (BCRA) aumentou as taxas de juros em 675 pontos base, depois de passar de 27,25% para 33,25% durante algumas semanas.

Além disso, o governo anunciou um ajuste de 3.2 bilhões de dólares, especialmente em obras públicas, a estrela do mandato.

Na Argentina, eles estão acostumados com as crises que todos sabem como interpretar os sinais rapidamente. E o dólar americano é o sinal mais claro. É por isso que, assim que veem os movimentos, os argentinos podem se jogar para comprar a passagem verde, e isso amplifica a crise e os nervos.

O outro grande fantasma da economia argentina é a inflação que aumenta toda vez que o dólar se valoriza em relação ao peso. A meta estabelecida pelo Banco Central da Argentina (BCRA) de 15 por cento para 2018, embora os preços subiram no primeiro trimestre em 6,7 por cento, devido ao forte aumento nos serviços públicos.

Em março deste ano, a inflação anual ficou em 25,4%. Esta taxa era muito alta mesmo para um país latino-americano e só é superada na América do Sul pela Venezuela.

A mensagem aos investidores era clara: a Argentina reduz os gastos e, portanto, precisa de menos dívidas, de modo que aqueles que investem seu dinheiro nesse país não tenham medo. O golpe teve efeito imediato e o dólar começou a cair, mas a manobra tem fortes consequências negativas.

O aumento a 40 por cento dos tipos e a redução do gasto supõem um travão para a economia argentina que tinha voltado ao crescimento e começou a sair de uma longa crise.

O novo imposto sobre investidores internacionais na Argentina

A queda do peso em relação ao dólar dos EUA, cerca de 15 por cento até agora em 2018, onde o governo argentino aprovou um novo imposto sobre os investidores internacionais.

Este mês, o peso chegou a cotar acima de 23 pesos por dólar americano diante do olhar atento da sociedade argentina, que é sensível ao seu preço e tem parte de suas economias nesta moeda.

O governo argentino, por sua vez, culpa a desvalorização do peso com a força do dólar americano e o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos. Por parte da Argentina, há também uma preocupação com um projeto de lei de oposição para reverter os aumentos de tarifa dos serviços públicos promovidos pelo governo.

O aumento das tarifas de eletricidade, água e gás é um dos principais pilares do plano econômico do governo para reduzir o número negativo de contas públicas na Argentina.

A redução do déficit anunciado pelo governo, através da redução de gastos com infraestrutura e aumento da renda via impostos, também tem sido usada como ferramenta para tranquilizar os investidores estrangeiros, que poderiam começar a se preocupar e prejudicar a dívida da Argentina no mercado.

Na última semana, antes de optar por estabelecer um aumento nas taxas de juros, o Banco Central da Argentina (BCRA) tentou conter a desvalorização do peso através de intervenções no mercado de câmbio.

O Banco Central da Argentina alocou cerca de 7.7 bilhões de dólares para apoiar o valor do peso. Uma decisão que diminuiu suas reservas nacionais, que são cerca de 60 bilhões de dólares norte-americanos.

O peso já está acostumado a ser espancado

O peso como a moeda nacional da Argentina, o peso argentino, o peso austral, em seguida, o peso conversível e, finalmente, o peso dos nossos dias, o peso. As mudanças de sua denominação também marcaram as diferentes crises que vêm ocorrendo desde os anos 70.

No início dos anos 80, quando a ditadura estava morrendo e os militares perderam o controle da economia, um argentino poderia ter em seu bolso uma conta de 1.000.000 de pesos.

Depois que a democracia foi recuperada, a crise não desapareceu na Argentina. O presidente Raúl Alfonsín tirou quatro zeros e converteu-o em cem pesos argentinos. Depois pegou mais três e chamou-a austral, aos apressados ​​cofres argentinos, tanto que, por um tempo, os jornais antigos circulavam com um selo com a nova denominação.

Depois da hiperinflação do final dos anos 1980, que terminou com Alfonsín, Carlos Menem tirou outros quatro zeros e os argentinos foram dolarizados: um peso valia um dólar.

O peso que hoje em dia sofre uma nova taxa de câmbio é o da década de 90, que em 2002 abandonou a paridade com o dólar e se desvalorizou pouco a pouco até atingir 23 pesos por dólar. Desde 1970, o peso argentino perdeu 13 zeros, um recorde.

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