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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

O algodão tem que voltar ao Seridó



"No tempo do algodão o povo tinha dinheiro". Falam os seridoenses rememorando o tempo em que o produto que fez a Região Seridó do Rio Grande do Norte, constituída apenas de pequenos municípios, tornar-se na região com maior renda no estado, superando a capital, Natal.

O "ouro branco que faz nosso povo feliz", conforme cantava Luiz Gonzaga, era o plantio ideal para as terras semiáridas da caatinga. Facilmente consorciável com outras culturas e, não necessitando ser replanto todos os anos, podendo produzir por algumas safras depois de iniciada a fase produtiva da planta.

A partir dos anos 1990, findo o ciclo do algodão, as grandes áreas de cultivo voltaram para a predominância da jurema nativa. As roças encolheram, já que as culturas tradicionais de milho e feijão, principalmente o milho, é extremamente incerta, devido a brevidade da estação chuvosa, e de seus interregnos, os veranicos.

Foi fraqueza política, jamais se poderia ter deixado que pragas pudessem eliminar a principal fonte de renda de uma região, faltou assistência aos produtores. O governo traiu a população. Agora é possível resgatar a atividade, desde que haja a reconfiguração de um mercado.

Algodão colorido



A Embrapa desenvolveu uma modalidade de algodão colorido, com valor de mercado superior ao da modalidade comum. O algodão colorido existe na natureza há muitos anos. Ele é tão antigo quanto o algodão branco e muitas espécies nativas foram encontradas em escavações no Peru e no Paquistão há mais de 4.500 anos.

Mas esse tipo de algodão tinha fibras curtas e fracas, que não serviam para a fabricação de fios e tecidos. Os pesquisadores da Embrapa, então, trabalharam em pesquisas de melhoramento genético do algodão colorido para conseguir uma pluma colorida que pudesse ser aproveitada na indústria têxtil.

Para dar mais resistência e aumentar o comprimento dessas fibras, os pesquisadores fizeram o cruzamento de cultivares de algodão de fibra branca de boa qualidade com tipos silvestres, existentes na natureza, de qualidade inferior, mas que tinham a fibra colorida. Assim surgiu o algodão colorido da Embrapa, um produto diferenciado para o mercado de consumo natural, que respeita o meio ambiente, a saúde do homem do campo e o consumidor.

O cultivo de algodão com fibra diferenciada é uma das opções para os pequenos agricultores agregarem valor a sua produção, principalmente da região Nordeste, onde incidência de doenças foliares e de solo é baixa. O algodão colorido tem valor de mercado 20 a 30% maior que o algodão branco, aumentando a rentabilidade dos produtores. A cadeia produtiva de algodão no Nordeste é constituída principalmente por pequenos produtores, com baixa rentabilidade, o que motivou o programa de melhoramento de algodões especiais da Embrapa a trabalhar no desenvolvimento de alternativas para agregar valor à produção.


O algodão naturalmente colorido BRS Rubi, desenvolvido pela Embrapa, será matéria-prima para a confecção do denim, tecido usado na produção de jeans. Por prescindir do processo de tingimento, o novo jeans usa menos água em sua fabricação comparado ao tradicional índigo blue.

Com informações da Embrapa

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