Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - Em tempos normais, o desemprego em massa e o colapso da produção econômica seriam trágicos.
Desta vez, como o coronavírus enclausura milhões de norte-americanos e paralisa a economia dos EUA, a situação pede a promoção de investimento em saúde pública para estabelecer as bases para uma recuperação rápida.
Essa é a opinião do presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, que argumenta que a potencial perda de 2,5 trilhões de dólares na economia é, ao mesmo, tempo necessária e gerenciável, caso as autoridades ajam de forma rápida e simplificada.
Pode parecer uma visão não convencional em um momento de ansiedade global, mas Bullard argumenta que as medidas de bloqueio que estão sendo implementadas agora são essenciais para encurtar o curso da pandemia.
Elas também devem ser aliadas a um forte apoio do governo federal para sustentar a população por meio do seu isolamento iminente e preparar a economia para continuar de onde parou. As recessões são as contrações comuns --até previsíveis-- das atividades que marcam o fim dos ciclos comerciais normais.
Bullard ganhou reputação dentro do Fed por sua propensão a repensar problemas e reformular os debates.
"Encare isso como um investimento massivo na saúde pública dos EUA", disse Bullard em uma entrevista por telefone na sexta-feira.
Bullard estava no grande grupo do Fed que, a princípio, sentiu que o risco do vírus passaria com pouco dano econômico, assim como no caso de outros problemas de saúde semelhantes, como Sars e Ebola.
Todos agora estão tentando recuperar o atraso, com reduções nos juros de emergência, novos programas extensivos para manter o mercado funcionando e outras medidas para ajudar a economia.
Em linha com seus colegas, ele disse que está pronto para fazer mais, incluindo a disponibilização de mais empréstimos diretos do Fed, se necessário.
"Ainda é cedo e estamos dispostos a fazer mais. Estou disposto a fazer mais", afirmou.
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