Ministério da Saúde registra 108 médicos especializados em doenças infectocontagiosas, como a covid-19, em todo o Rio Grande do Norte
Agora RN - O avanço do novo coronavírus por todo o Brasil acende o alerta para as fragilidades do sistema de saúde para atender aos casos graves decorrentes da epidemia. No Rio Grande do Norte, por exemplo, um dos problemas será o de contar com a presença de médicos infectologistas. Apenas 108 dos 64.289 profissionais médicos que atuam em estabelecimentos públicos ou privados do Estado têm esta formação específica.
O número de infectologistas representa apenas 0,16% dos médicos no Rio Grande do Norte. Os dados são levantamento de fevereiro de 2020 do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES), do Ministério da Saúde. Do total de profissionais, 83 atuam no setor público e 26 em unidades privadas. Além disso, com uma população estimada em 3,4 milhões de pessoas, a proporção é de um infectologista para cada grupo de 31 mil pessoas.
Os dados oficiais mostram ainda que apenas sete cidades têm médicos infectologistas atuando em estabelecimentos de saúde – Caicó, Macaíba, Mossoró, Natal, Parnamirim e Santa Cruz e São José de Mipibu. A cidade do Natal concentra a maior parte dos profissionais especializados em doenças infectocontagiosas no Rio Grande do Norte. A capital tem 85 dos 108 listados. Isso se explica porque a cidade tem a única unidade hospitalar pública especializada neste tipo de enfermidade: o Hospital Giselda Trigueiro.
Outro problema que se avizinha com a corrida dos governos estaduais e municipais para aumentar a disponibilidade de leitos também enfrenta outras questões, além da falta de médicos, como a ausência de equipamentos importantes para o tratamento de pacientes, principalmente os respiradores mecânicos.
Ainda segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, apenas 15% dos respiradores disponíveis nos hospitais do Rio Grande do Norte estão na rede pública. Do total de 728 aparelhos em uso no Estado, somente 111 podem ser utilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O aparelho mecânico é essencial para os doentes que desenvolve dificuldade de respirar. Este, por sinal, é um dos sintomas mais graves para os pacientes infectados pelo novo coronavírus. Do total de respiradores em hospitais públicos, 25 deles estão em Natal. Hospital Giselda Trigueiro, em Natal: referência para doenças infecciosas no RN.
Ainda de acordo com o CNES, apenas 43 dos 167 municípios potiguares têm hospitais com ao menos um respirador. Deste total, 30 cidades tem apenas um único aparelho em funcionamento. De acordo com uma análise da Organização Mundial de Saúde (OMS), feita a partir do estudo de mais de 50 mil casos da doença, 80% dos infectados desenvolvem sintomas leves (febre, tosse e, em alguns casos, pneumonia), 14% sintomas severos (dificuldade em respirar e falta de ar) e 6% doença grave (insuficiência pulmonar, choque séptico, falência de órgãos e risco de morte).
Em todo o Brasil, só 9,5% dos respiradores disponíveis em hospitais do país estão na rede pública. O país tem 61 mil respiradores, mas apenas 5.846 estão disponíveis no SUS. O estado do Amapá é o que registra o menor número de equipamentos: 11 na rede pública.
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