SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa chegou a avançar mais de 3% nesta terça-feira, em meio a uma correção técnica e anúncio de novos estímulos no exterior e no Brasil, mas passou a mostrar volatilidade, uma vez que permanecem preocupações sobre o tamanho real do efeito da pandemia do novo coronavírus nas economias.
Às 11:24, o Ibovespa subia 2,1%, a 72.662,48 pontos. Na máxima, chegou a 73.627,41 pontos. No pior momento, quando mudou o sinal, marcou 70.782,50 pontos. O volume financeiro somava 4,8 bilhões de reais.
Na véspera, o Ibovespa caiu quase 14%, renovando mínimas desde 2018, em nova sessão com circuit breaker diante da aflição de que a desaceleração nas economias em razão do coronavírus será maior do que tem sido projetado.
Novas medidas de estímulos econômicos foram anunciadas no mundo entre a noite da véspera e a madrugada desta terça-feira, respaldando a recuperação em alguns mercados, mas o ambiente segue volátil em meio a dúvidas sobre a eficácia dessas ações.
Na visão do economista-chefe do banco Julius Baer, Janwillem Acket, os mercados financeiros, no momento, estão precificando uma recessão global, apesar de ações coordenadas de política monetária, dos esforços para lidar com a liquidez e as restrições de crédito. "A bola está no campo fiscal agora."
Os pregões europeus mostravam queda, com o FTSE 100, em Londres, em baixa de 0,6%. Em Wall Street, o S&P 500 subia 1,5%, após ter a maior perda desde 1987.
"Investidores até ensaiam uma retomada do fôlego para os negócios, mas as preocupações com os impactos do coronavírus pesam", destacou a Ágora Investimentos. Em análise gráfica, a citou que seria importante uma reação do Ibovespa para cima de 68.500 para a preservação da estrutura positiva de médio prazo.
No Brasil, a evolução do contágio do Covid-19 no país também continua sendo monitorada, principalmente seus reflexos na atividade econômica no país. Em São Paulo, que concentra a maioria dos casos, foi registrada a primeira morte pelo vírus nesta terça-feira
Após pacote de estímulos anunciado pelo governo na véspera, investidores estão na expectativa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que começa nesta terça-feira e terá seu desfecho na quarta-feira, principalmente a possibilidade de um corte da Selic, atualmente em 4,25%.
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