Luiz Rodrigues - A estratégia do ex-presidente Lula desde que se viu envolvido na Operação Lava-Jato foi tentar ao máximo atacar a figura do seu julgador, o ex-ministro Sérgio Moro. Lula, habilidoso e lobo da política como é, procurava o tempo todo atrair o juiz de Curitiba para o terreno da Política, terreno este que conhece como poucos em todas as suas possibilidades e artimanhas.
A ida de Sérgio Moro para o Ministério de Bolsonaro já fora imensamente favorável a Lula. Era uma maneira de se dizer que o ex-juiz tinha interesses políticos e que usou a operação para se promover. Inclusive uma parte da imprensa, que não é ligada a esquerda, como o jornalista Reinaldo Azevedo, passou a ver falhas graves nas condenações de Lula por Sérgio Moro.
Mais favorável a Lula do que a ida de Moro de Curitiba para Brasília só mesmo o seu retorno. E o ex-presidente e líder petista, como não poderia ser diferente, por que domina todas as nuanças do jogo político como um estrategista no xadrez, já tratou de atacar a Moro e a Bolsonaro de uma só vez para que as figuras de nenhum dos dois possa sair incólume. Lula afirmou no seu Twitter que "os dois são bandidos".
Não pode haver inversão da história. O Bolsonaro é filho do Moro, e não o Moro cria do Bolsonaro. Nessa disputa toda, os dois são bandidos, mas é o Bolsonaro que é a cria e não o contrário. E os dois são filhos das mentiras inventadas pela Globo.— Lula (@LulaOficial) April 25, 2020
Não só para Lula, mas para o outro candidato mais a centro-esquerda, Ciro Gomes, é necessário explorar ao máximo o racha havido entre o Presidente e seu ex-ministro para que possam se colocar como alternativa eleitoral com possibilidades de êxito numa disputa difícil, onde o antipetismo é uma ferramenta poderosa para o lado oposto.
A presença de Moro numa disputa eleitoral enfraquece muito a candidatura de Bolsonaro, se este sobreviver até 2022. Moro teria uma fatia muito grande de um eleitorado que marcou posição na própria eleição de Bolsonaro, centralizadas no combate à corrupção e no antipetismo surgido em cima do desgastes gerados nos anos Lula-Dilma.
Poderia também inviabilizar uma terceira força, como ocorrera em 2018. O lulismo tem um eleitorado fiel, cerca de 30% dos votos. Tem também um antagonismo cerrado em eleitores que votam em quem for mais competitivo para derrotar o lulo-petismo.
De toda forma, a estratégia de Lula será procurar explorar o uso político da Lava-Jato por Moro e tentar uni-lo à figura cada vez mais impopular de Bolsonaro.
Moro usou uma cartada fatal para poder desembarcar do governo com os mesmos ares com que entrara: o de ser implacável com a corrupção. Os prints divulgados no Jornal Nacional da Rede Globo aparentemente foram preparados por Moro para uma saída triunfal, e isso aproxima o Bolsonarismo do Lulismo na tentativa de desqualificar Moro. Para Lula será importante procurar demonstrar uma intenção sempre presente em Moro de gerar capital político para si, um juiz com planos de poder.
Moro usou uma cartada fatal para poder desembarcar do governo com os mesmos ares com que entrara: o de ser implacável com a corrupção. Os prints divulgados no Jornal Nacional da Rede Globo aparentemente foram preparados por Moro para uma saída triunfal, e isso aproxima o Bolsonarismo do Lulismo na tentativa de desqualificar Moro. Para Lula será importante procurar demonstrar uma intenção sempre presente em Moro de gerar capital político para si, um juiz com planos de poder.
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