Luiz Rodrigues - O agora não só ex-juiz da Lava Jato, posto que o alçou ao patamar de "Herói Nacional" pela mídia, na condição de grande combatente da corrupção, tema jornalisticamente explorado no grau máximo e facilmente usado na construção de heróis, mas também ex-ministro da justiça e possivelmente forte concorrente a ocupar a cadeira do Planalto nas próximas eleições. Quais são as chances de Moro:
Sem dúvidas nenhuma que é candidato favorito, observando-se de hoje, sem se pode profetizar o que venha a ocorrer até lá. Na política forças imbatíveis do nada se tornam pó. Mas Moro é muito bem visto pela maioria absoluta da imprensa, que dificilmente o atacará e, pelo contrário, fará de tudo para o exaltá-lo. Moro se fez o símbolo máximo do principal tema jornalístico no Brasil, que é o combate à corrupção.
Vale lembar a figura de Joaquim Barbosa, outro personagem muito popular vindo do judiciário, desde os tempos do julgamento da Ação Penal 470 (mensalão), quando fora alçado à possibilidade de vir a concorrer à presidência, o que fora quase fato em 2018, chegou a filiar-se ao PSB, mas optou por desistir. Tinha ótimo desempenho nas pesquisas, conseguindo tirar votos tanto do lulismo quanto do Bolsonarismo.
O apoio da mídia não teve bom desempenho na eleição de 2018, Bolsonaro nunca fora o preferido da imprensa. Neste sentido, a prelação tenderia mais para o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; no entanto, Bolsonaro se tornou figura midiática de maneira reversa, por aparições negativas e em programas humorísticos. Foi um fenômeno incomum que encontrou-se com o caos na política nacional produzido, não só pelas coberturas jornalísticas, mas pela própria Lava-Jato.
Diferente do que ocorrera nas eleições de 1989, 1994 e 1998. Collor e FHC, aí sim, tinham o apoio positivo da mídia e, inclusive, na primeira reeleição disputada por um presidente da República em toda a história brasileira, nas eleições de 1998, ocorrera um fato mais do que inusitado e chamativo: não houve nenhum debate na TV. É fato que o candidato que disputa reeleição é o que mais apanha.
Moro, mesmo que venha a dizer que não pretende ser candidato, quem quis O Ministério da Justiça quererá a Presidência, será chamado a concorrer. Por mais que negue, a Operação Lava-Jato teve sim motivação política e, Moro é, naturalmente, um sujeito com fortes interesses políticos. Chegará ao ponto que nem ele mesmo poderá escolher ou deixar de escolher ser candidato. Apostaria numa coligação Podemos/PSL com Moro sendo o candidato.
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