Aparelho montado a partir de peças encontradas na indústria fica pronto em até uma hora e pode ser usado até na UTI do hospital de campanha, em Manaus
Com base em dados do Ministério da Saúde que apontam uma evolução preocupante de pacientes com covid-19, o SENAI-AM desenvolveu um protótipo de respirador hospitalar. O equipamento é essencial para infectados com sintomas graves e se tornou artigo de luxo no mercado mundial.
O projeto, desenvolvido nos laboratórios do SENAI Antonio Simões, na capital, contou com a participação de uma equipe médica da Samel e de técnicos do Instituto Transire de Tecnologia e Biotecnologia da Amazônia. Segundo o coordenador técnico da unidade, Emerson Araújo, essa solução pode ampliar a capacidade de atendimento da rede de saúde, que está próxima do limite no estado.
“A diferença é que nosso ventilador é pneumático, ele trabalha com elementos encontrados nas indústrias de grande porte que temos aqui no Polo Industrial de Manaus. São peças, acessórios e equipamentos mais fáceis de serem encontrados porque são da área de manutenção”, explica.
A primeira versão do respirador, com válvulas para bombear oxigênio, foi montada e apresentada a médicos, que deram sugestões de melhorias. Com os itens de reposição encontrados na região, o equipamento fica pronto em até uma hora.
Araújo aponta ainda que, ao ser ajustado pra funcionar, o respirador está pronto para cumprir o seu papel em uma UTI, inclusive, se necessário, no hospital de campanha montado pela prefeitura no Lago Azul, em Manaus. “A partir de agora, dependendo da necessidade, será possível à indústria fabricar até cinco módulos básicos desses por dia”, projeta o coordenador técnico do SENAI Antonio Simões.

Trabalho voluntário
No Amapá, SESI e SENAI se uniram na luta contra a covid-19 e buscam voluntários para ajudar na confecção e costura de máscaras de proteção. Segundo a diretora de operações do SENAI, Alyne Vieira, a ideia é atrair candidatos da comunidade, ex-alunos e profissionais da área para suprir a demanda local de médicos, enfermeiros e pacientes infectados.
“A confecção dessa máscara é simples e de rápida aplicação e instrução. Nosso corpo docente estará presente nos laboratórios, tanto em Macapá quanto em Santana, prestando orientação, ensinando o passo a passo”, explica.
Com a ajuda de voluntários, a expectativa é produzir 400 máscaras por dia, levando em conta a capacidade e quantidade de máquinas disponíveis e o número de pessoas. Os interessados podem buscar mais informações nos sites das instituições. O processo de seleção ocorrerá durante o período de quarentena determinado pelo governo estadual e pelas autoridades de saúde.
Para se cadastrar, o voluntário deverá ter idade superior a 14 anos. Qualquer candidato menor de idade precisa ter o Termo de Adesão assinado pelos pais ou responsável legal.
Em nível nacional, o SENAI lançou o edital de inovação para a indústria, que será investido em projetos destinados a prevenir, diagnosticar e tratar a covid-19 e sejam de aplicação imediata. As propostas podem abordar temas como a ampliação do número de respiradores; desenvolvimento de testes de detecção do vírus e de equipamentos de proteção individual (EPIs) que possam substituir máscaras, luvas e sabonetes; reposição de peças e componentes utilizados em unidades de terapia intensiva (UTIs), entre outros.
“A nossa atuação será no suprimento desses problemas, como os testes rápidos para a detecção da doença. No isolamento, ter uma gama ampla desses testes vai ser de grande importância, bem como a fabricação de ventiladores (respiradores)”, afirma o diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi.
O investimento disponível para empresas e startups chega a R$ 30 milhões, se somadas as duas chamadas da licitação. Para participar do edital de inovação, as proposições podem ser realizadas por meio do WhatsApp, no número (61) 99628-7337 ou pelo e-mail combatecovid19@senaicni.com.br.

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