Por: Ruy Fontes – Agência #movidos
Segundo o mais recente infográfico da Associação Brasileira de Energia
Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil ultrapassou a marca de 5 Gigawatts (GW)
de energia solar instalada.
A capacidade está dividida entre projetos centralizados de usinas
solares (≈2,7 GW) e projetos distribuídos em micros e minigeradores (≈2,4 GW), totalizando pouco
mais de 5,1 GW.
Embora seja um marco notável para a tecnologia, a capacidade ainda é
baixa perante o potencial da solar, fonte de energia mais abundante no Brasil e
que atrai investimentos bilionários que podem ajudar na recuperação econômica
do país após o Covid-19.
Geração distribuída
Somente nos telhados brasileiros, o potencial de geração elétrica por
placas solares é de 164 GW segundo a Absolar, quase os 170 GW de capacidade
elétrica total do Brasil em 2019.
Iniciado em 2012, após a promulgação das regras da Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica), o segmento de geração distribuída cresceu em
média 200% ao ano desde então.
Atualmente, mais de 208
mil estabelecimentos no Brasil já produzem sua própria energia por meio das
placas solares e demais equipamentos do kit de energia solar, entre agronegócios, empresas e,
principalmente, residências.
Para atender essa grande demanda dos consumidores, o mercado cresceu de
maneira proporcional, fechando 2019 com mais de 14 mil empresas de energia
solar e 162 mil empregos acumulados desde 2012.
De acordo com os dados da associação, o total acumulado de investimentos
privados feitos pelos brasileiros nesse segmento foi de R$12,8 bilhões desde
2012.
Em janeiro, antes da pandemia atingir o Brasil, a Absolar havia previsto
novos R$16,4 bilhões de investimentos em micros e minigeradores solares
distribuídos para 2020.
No entanto, mesmo com a desaceleração do mercado durante a crise, a
previsão é que as instalações retomem em breve e que o setor ainda consiga
registrar um crescimento neste ano.
Especialmente quando a tecnologia prova ser uma solução vantajosa para
os brasileiros lidarem com os efeitos da pandemia no setor elétrico, os atuais e
os que estão por vir.
Consumidores residenciais com placas solares, por exemplo, continuam
economizando até 95% na conta de luz mesmo com o aumento do consumo durante o período
de quarentena.
Por sua vez, quem investir a partir de agora no sistema também poderá se
imunizar contra os novos aumentos na conta de luz previstos para os próximos
anos, em razão do empréstimo que será feito pelo governo para socorrer as
distribuidoras durante a crise.
Geração centralizada
Na geração elétrica centralizada, a energia solar também possui grande
potencial para atrair novos investimentos.
Desde 2013, quando foi tardiamente autorizada pelo governo a concorrer
nos leilões de energia, a fonte registra quedas anuais consecutivas de preços
comercializados e, hoje, se destaca na contratação de novos projetos.
Em junho do ano passado, a fotovoltaica chegou a atingir a mínima
histórica de preços em um leilão de energia, comercializando projetos a uma
média de US$17,62 o megawatt-hora (MWh).
Com esse histórico de preços baixos e a grande disponibilidade de luz em
quase todo o país, a fonte mantém o favoritismo para os próximos leilões de
energia, que no momento estão suspensos pelo Ministério de Minas e Energia
devido à pandemia.
Hoje, segundo o banco de dados elaborado pela empresa Greener, o Brasil
possui 95 projetos de grandes usinas solares em operação.
Somando aproximados 2,7 GW, a participação da energia solar na matriz
elétrica brasileira ainda é incipiente, respondendo por apenas 1,5%.
Mas existem ainda 19 projetos já em construção e outros 194 com obras
autorizadas que, quando prontos, deverão agregar mais 8,7 GW de capacidade
solar ao mix de geração do país.
Embora a realização de alguns desses projetos possa estar comprometida
após a crise do coronavírus, a probabilidade é que a grande maioria saia do
papel, atraindo investimentos e gerando empregos no país.
Dessa forma, seja nos telhados ou em grandes usinas, a energia solar é a
fonte de energia renovável de maior aposta para o futuro do Brasil.




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