Ex-ministro Sergio Moro anunciou sua demissão da pasta.
O Ibovespa acelerou as perdas nnesta sexta-feira (24), chegando a cair mais de 7% na mínima após o ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciar sua demissão da pasta.
A decisão foi tomada após Moro ser surpreendido pela publicação no Diário Oficial de hoje da demissão, pelo presidente Jair Bolsonaro, do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que é pessoa de confiança do ministro.
Em coletiva, Moro disse que foi pego de surpresa pela exoneração de Valeixo e que não assinou o documento. Além disso, ele criticou o governo e disse que não poderia continuar no cargo diante do que chamou de interferência da presidência na autonomia da PF.
Às 11h58 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira registrava queda de 7,21%, aos 73.925 pontos, com a pressão política levando ao descolamento do cenário externo, onde os índices das bolsas dos Estados Unidos registram leve alta.
O dólar atingiu máxima histórica de R$ 5,7127 e operava em alta de 3,06% a R$ 5,7022.
Segundo Carlos Menezes, gestor de portfólio da Gauss Capital, a saída de Moro aumenta a chance de, em caso de novo estresse, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também saia do governo. Guedes tinha uma live com o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, mas cancelou em meio ao aumento da tensão, o que piorou o humor do mercado.
Em entrevista para a Bloomberg, Menezes avalia que o mercado vê uma potencial piora da popularidade de Bolsonaro com a demissão de Moro, o que poderia afetar as reformas. “Além de ficar claro que ele acaba não preservando os ministros base, que são Moro e Paulo Guedes”, disse.
Já no mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe 31 pontos-base, a 3,85%, enquanto o DI para janeiro de 2023 tem alta de 40 pontos, para 5,14%. O contrato para janeiro de 2025 avança 45 pontos-base a 6,85%.
Pandemia avança no Brasil
O Brasil bateu ontem seu recorde de mortes diárias pelo coronavírus, com 407 óbitos – metade no Estado de São Paulo – em 24 horas. Até ontem, o máximo de mortes diárias era de 207. O total de mortes confirmadas é de 3.313 na manhã de hoje. O número de casos confirmados ultrapassa 49 mil.
Os dados chegam no momento em que os governos estaduais começam a abrandar as quarentenas, ou se preparam para isso. Ontem houve a reabertura do comércio no Estado de Santa Catarina, embora em São Paulo o final da quarentena esteja marcado para 11 de maio. A decisão ainda pode ser revista pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Informações de Infomoney e Investing
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