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quinta-feira, 30 de abril de 2020

Juíza não aceita relatório médico e dá 48 horas para Bolsonaro entregar exames

Ao invés de enviar os laudos de todos os exames, a Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou à Justiça um relatório médico de 18 de março no qual atesta que Bolsonaro se encontra “assintomático”. Para juíza, documento não cumpre de forma integral a determinação judicial




A juíza federal Ana Lúcia Petri Betto decidiu nesta quinta-feira (30) dar mais 48 horas para que o presidente Jair Bolsonaro entregue à Justiça “os laudos de todos os exames” realizados para verificar se foi contaminado ou não pelo novo coronavírus. Para a magistrada, o relatório médico enviado pela Advocacia-Geral da União (AGU) não atende “de forma integral” à determinação judicial da última segunda-feira (27).

O Estadão garantiu no início desta semana o direito de obter os testes de covid-19 feitos por Bolsonaro. Por decisão da juíza, a União foi obrigada a fornecer “os laudos de todos os exames” feitos pelo presidente. Bolsonaro já disse que o resultado deu negativo, mas se recusa até hoje divulgar os papéis.

Em vez de enviar os laudos de todos os exames, a Advocacia-Geral da União encaminhou hoje à Justiça um relatório médico de 18 de março no qual atesta que Bolsonaro se encontra “assintomático” e teve resultado negativo para os testes do novo coronavírus realizados no mês passado.

O relatório é assinado pelos médicos Marcelo Zeitoune, especialista em ortopedia e traumatologia, e o coordenador de Saúde da Presidência da República, o urologista Guilherme Guimarães Wimmer. O documento foi divulgado pelo site de notícias UOL no mês passado.

“Considerando que o documento juntado pela parte ré (relatório médico, datado de 18.03.2020), não atende, de forma integral, à determinação judicial, renove-se a intimação da União, para que, em 48 (quarenta e oito) horas, dê efetivo cumprimento quanto ao decidido, fornecendo os laudos de todos os exames aos quais foi submetido o Exmo. Sr. Presidente da República para a detecção da covid-19, sob pena de fixação de multa de R$5.000,00 por dia de omissão injustificada”, determinou a juíza.

O governo também queria que o relatório médico fosse mantido sob sigilo por envolver informações consideradas pessoais do presidente, o que foi negado pela juíza.

Ao mesmo tempo em que trava uma disputa judicial para não divulgar os resultados de seus exames, Bolsonaro admitiu nesta quinta-feira, 30, que “talvez” tenha sido contaminado pelo coronavírus. “Eu talvez já tenha pegado esse vírus no passado, talvez, talvez, e nem senti”, afirmou o presidente em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre. O presidente já realizou dois testes para saber se foi contaminado pela doença – em 12 e 17 de março – e divulgou que os resultadores foram negativos, mas tem se recusado a apresentá-los.

Há dois dias, no entanto, o presidente afirmou que não teve a doença e que não mente. “Vocês nunca me viram aqui rastejando, com coriza… eu não tive, pô (novo coronavírus). E não minto. E não minto”, afirmou.

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