Somente ações ousadas podem conter as conseqüências econômicas do COVID-19

ONU Desa - Ruas vazias, lojas fechadas, hospitais transbordantes. O mundo inteiro está em guerra com um inimigo invisível - o novo coronavírus. Com uma vacina para proteger contra a doença sendo ainda uma possibilidade distante, nossa melhor arma continua a ser o afastamento. Mas enquanto o distanciamento social salva vidas, arrasta a economia global e ameaça empregos.

O Briefing Mensal sobre Situação Econômica Mundial e Perspectivas, publicado hoje pela ONU DESA, concluiu que a pandemia do COVID-19 poderia reduzir a produção econômica mundial em 0,9% em 2020, em vez de crescer 2,5%, como anteriormente projetado. Em comparação, a economia mundial contraiu 1,7% durante a crise financeira global em 2009.

"São necessárias medidas políticas urgentes e ousadas, não apenas para conter a pandemia e salvar vidas, mas também para proteger os mais vulneráveis ​​em nossas sociedades da ruína econômica e sustentar o crescimento econômico e a estabilidade financeira", disse Liu Zhenmin, subsecretário-geral da ONU e chefe da ONU DESA.

O ONU DESA Briefing adverte que milhões de trabalhadores com baixos salários - tanto nos setores formais como informais - sofrerão mais, pois normalmente trabalham em estreita proximidade com outros, mas muitas vezes carecem de proteção social mínima. As consequências econômicas podem ser ainda maiores se as restrições ao movimento de pessoas e a gama de atividades econômicas se estenderem para além de junho e se as respostas fiscais falharem em apoiar a renda e os gastos dos consumidores, especialmente os mais afetados pela pandemia.

Mas o tamanho do golpe que o vírus causará às nossas economias também depende de nós e de nossas políticas. Um pacote de estímulo fiscal bem elaborado, que priorize os gastos com saúde e ofereça suporte de renda às famílias mais afetadas pela pandemia, ajudaria a minimizar a probabilidade de uma recessão econômica profunda.

"Embora seja necessário priorizar a resposta de saúde para conter a propagação do vírus a todo custo, não devemos perder de vista como isso está afetando a população mais vulnerável e o que isso significa para o desenvolvimento sustentável", disse Elliott Harris, economista-chefe da ONU e Secretário-Geral Adjunto de Desenvolvimento Econômico. "Nosso objetivo é garantir uma recuperação resiliente da crise e nos colocar de volta ao caminho do desenvolvimento sustentável".