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sexta-feira, 1 de maio de 2020

A economia afunda, a Bolsa de Nova Iorque sobe a níveis históricos

Inúmeras empresas lutam pela sobrevivência. Incontáveis números de trabalhadores por todo o mundo vivem dificuldades devido à paragem das atividades econômicas. E, contudo, este foi o melhor mês para Wall Street desde janeiro de 1987.



“Os mercados” costumam ser uma bitola muito usada para medir o estado da economia e para justificar decisões sobre ela. Se estivéssemos absolutamente fora de contexto, os números que nos chegam da Bolsa de Nova Iorque poderiam indiciar uma economia pujante e um momento de otimismo sem precedentes. Mas todos sabemos que não é assim.

Segundo o New York Times, na passada quinta-feira, houve uma ligeira descida do valor das ações em Wall Street. O índice S&P 500 baixou quase um por cento. Mas nada que comprometa os ganhos do conjunto do mês de abril de 2020. Este foi mesmo o melhor mês na Bolsa de Nova Iorque desde janeiro de 1987.

E não é que a economia norte-americana tenha uma tendência diferente da do resto do ocidente mais fustigado pela Covid-19. As perspetivas econômicas do país indicam claramente uma quebra fortíssima que implicará uma queda de 40% no segundo trimestre e um aumento do desemprego para 16%. Mais 3,8 milhões de cidadãos dos EUA perderam o emprego até ao fim da semana passada.

Só que, justificam os especialistas, a perspectiva de um regresso mais rápido à normalidade do que se acreditava quando os confinamentos começaram a surgir fez as expectativas dos “investidores” subir. O mesmo se poderia dizer acerca do dinheiro injetado pelo governo federal e pelo Banco Central dos EUA.

Para além das expectativas que o futuro não seja tão mau como o que se pensava, outro motor do aumento do valor das ações tem sido o crescimento das empresas de tecnologia e plataformas online de distribuição.

Microsoft, Aplle, Amazon, Alphabet e Facebook passaram a valer mais com as alterações das formas de consumo em tempo de confinamento. Com um lucro de 33.4 bilhões de dólares, a Apple subiu 6,2% nos primeiros seis meses do ano fiscal, o que já conta com o início da pandemia até março, tendo assim conseguido ultrapassar as dificuldades encontradas pelo confinamento na China. A Amazon teve resultados bem mais vistosos com recordes de vendas online, um aumento de 26% na procura.

No resto do mundo, as bolsas desceram esta sexta-feira

O crescimento de médio prazo anunciado em Wall Street contrasta com a descida das bolsas a nível mundial, registrada esta sexta-feira. Uma queda de 0.5% no índice global MSCI.

Segundo a Reuteurs, são precisamente os dados da economia norte-americana a ditar essa queda. Isso e mais uma ameaça de Trump de impor tarifas adicionais à China com a pandemia como pano de fundo.

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