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sábado, 16 de maio de 2020

A Suécia não se confinou para salvar a economia. No entanto, sua economia está afundando também

O coronavírus representou uma encruzilhada insolúvel para todos os governos: priorizar a saúde em detrimento da economia ou priorizar a economia enquanto minimiza o impacto na saúde. A maioria dos países escolheu a primeira rota. Confinamentos rigorosos, encerramentos da atividade econômica, suspensão da vida social. Apenas alguns optaram pelo segundo. A Suécia era um deles.
Como ficou?
O consumo caiuNo nível da saúde, abordamos a questão aquiPortanto, a outra parte de sua abordagem ainda precisava ser resolvida: a econômica. Os primeiros dados não são muito lisonjeiros. Um estudo (PDF) produzido por um grupo de pesquisadores da Universidade de Copenhague ilustra como os níveis de consumo na Dinamarca e na Suécia, com estratégias tão diferentes, caíram para um nível semelhante.
Queda de consumo
Em cifrasA pesquisa utiliza dados fornecidos por um dos principais bancos escandinavos, o Danske Bank, para estimar até que ponto as transações nos dois países foram afetadas. Resultado: um acidente geral de 25% na Suécia desde que o governo dinamarquês declarou o confinamento; e 29% na Dinamarca durante o mesmo período. Uma pequena diferença.
LeituraÉ muito significativo. Porque as políticas de ambos os governos têm sido muito diferentes. A Suécia recomendou que seus cidadãos saíssem menos e evitassem multidões, mas permitiu que escolas, universidades, destinos turísticos, restaurantes e pequenas empresas continuassem operando. Manter uma série de precauções, mas em aberto. A Dinamarca fechou a maior parte do país em 18 de março.
Apesar de um contraste tão nítido, o comportamento do consumidor foi semelhante.
O que significa? Que o impacto epidêmico do coronavírus transcende o confinamento. Outro exemplo: as previsões da Comissão Européia de (des) crescimento econômico para o resto do ano equiparam a queda do PIB sueco à do dinamarquês. Ambos os países perderão cerca de 6% de sua riqueza este ano. Porcentagens semelhantes às da Alemanha ou da República Tcheca, mais zelosas em confinamento e distância social do que na Suécia.
Em outras palavras, a economia sueca vai sofrer como o seu entorno. Mas com um custo de saúde mais alto.
O impactoO número de mortes por milhão de habitantes fala por si: a Suécia tem mais de 3.400 mortes (343/milhão), em comparação com os 533 da Dinamarca (92/milhão), cerca de quatro vezes menos. A Noruega e a Finlândia, cujas estratégias estão muito mais próximas das da Dinamarca, resistiram à tempestade de formaainda mais impressionante: 229 mortos (42/milhão) e 284 (51/milhão), respectivamente.
De fato, enquanto os outros três países escandinavos conseguiram achatar a curva, o número de casos diários na Suécia não está caindo tão acentuadamente. Seu custo humanitário, no momento, é maior.

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