O Prêmio Nobel abriu o Festival de Literatura de Berlim na quarta-feira
(EFE) .- O Prêmio Nobel Mario Vargas Llosa disse nesta quarta-feira, em seu discurso de inauguração do Festival de Literatura de Berlim, que a literatura é "algo que tem sido feito para tempos difíceis como estes que estamos passando", referindo-se ao pandemia do coronavírus. "É bom que, nestes momentos inesperados e perigosos para todos nós, estejamos a falar de literatura."
Vargas Llosa explicava que justamente nos países livres existe a tentação de considerar a literatura apenas como uma distração entre outras, sem levar em conta a dimensão vital que ela contém. “Mas basta que a liberdade seja restringida ou desapareça para que a literatura se transforme em uma arma de combate, uma forma de resistir ao poder que desconfia da literatura e estabelece sistemas de censura”, acrescentou.
A literatura, segundo o escritor peruano, sempre encontra uma forma de se manifestar contra os regimes opressores e a favor da liberdade. Desde suas origens, a literatura tem servido para expressar os medos e o descontentamento das pessoas.
“Aqueles ancestrais que viveram em um mundo tão diferente do nosso, que estava impregnado de perigos como raios, trovões e animais ferozes que podiam nos matar e aqueles animais invisíveis que nos trouxeram as pragas e que acabaram com a vida nas aldeias reunidas à noite ao redor da fogueira para contar histórias ", disse ele.
“Lá contamos histórias que nos fizeram perder o medo em que vivíamos permanentemente e alcançamos uma paz, uma tranquilidade. Expressavam uma insatisfação, o sonho de uma realidade diferente daquela que nossos ancestrais enfrentavam dia após dia”, acrescentou.
A mesma coisa que aconteceu então, segundo o escritor, continua a acontecer agora com as histórias que contamos a nós mesmos.
"Continuamos inventando coisas que expressam nosso medo. É uma forma de protestar contra as deficiências da vida e sempre haverá deficiências contra as quais protestar." adicionado.



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