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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Governo federal encomenda relatório que separa jornalistas em 'detratores' e 'favoráveis'

O governo federal teria contratado uma empresa de comunicação para elaborar um relatório que classifica 81 jornalistas e influenciadores em redes sociais como "detratores" ou "favoráveis" ao governo.



Sputnik news - De acordo com informações reveladas pela reportagem de Rubens Valente, do UOL, o documento intitulado "Mapa de influenciadores" foi elaborado pela empresa BR+ Comunicação, que analisou postagens sobre o Ministério da Economia e o ministro Paulo Guedes durante o mês de maio de 2020. Foi apurado que a empresa tem um contrato com o Ministério da Ciência e Tecnologia no valor R$ 2,7 milhões.

O relatório da empresa de comunicação teria levado ao governo classificações sobre os profissionais em três grupos: "detratores" do governo, "neutros informativos" e "favoráveis". O primeiro grupo forma a maioria da lista, com 51 nomes. Os "favoráveis" são 23, e outros oito "neutros informativos" completam a relação, sendo que um nome se repete em dois grupos. 

Fazem parte da lista de "detratores" nomes de jornalistas como Xico Sá, Guga Chacra, Vera Magalhães, Cynara Menezes, e professores universitários como Silvio Almeida, Laura Carvalho, Jessé Souza, entre outros. 

Muitos dos citados se manifestaram nas redes sociais, criticando a produção do documento.

​Entre os "favoráveis", constam nomes como Milton Neves, Rodrigo Constantino, Guilherme Fiuza, Tomé Abduch, entre outros.

De acordo com a publicação, a partir do documento podem ser tomadas medidas como o "monitoramento preventivo das publicações da influenciadora", "envio de esclarecimentos para eventuais equívocos que ele publicar" ou "propor parceria para divulgar ações da Pasta".

Resposta do Ministério da Economia

Ministério da Economia, em resposta à reportagem, afirmou que os "produtos de comunicação" são definidos no contrato pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), "assim como é definido para todos os órgãos da administração direta".

"Esclarecemos, portanto, que os órgãos não têm coordenação sobre essa entrega [Mapa de Influenciadores], mas, assim como monitoramentos de redes sociais e clipping de imprensa, ela é importante para o envio de releases, convocações para coletivas de imprensa, participações em eventos, fotos e vídeos", diz a nota da pasta.

Ainda de acordo com o Ministério da Economia, "não se faz uso de informações pessoais". "O produto também não traz informações de profissionais de governos, apenas jornalistas e influenciadores de redes sociais e/ou formadores de opinião - definidos com base no número de seguidores", completa a nota.

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