Em junho deste ano, idosos eram 27% dos internados e 44,6% dos óbitos. Hoje, os números chegam a 62,1% e 78,9%, respectivamente
O avanço da vacinação contra Covid-19 entre a população adulta com mais de 18 anos e adolescentes acima de 12 permite uma cobertura mais uniforme da população. Ou seja, a quantidade de pessoas vacinadas está mais bem distribuída entre todos os grupos acima de 12 anos. No começo da campanha, os idosos foram os primeiros a serem imunizados. Os dados fazem parte do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado na última semana.
Com isso, os casos graves e fatais voltam a se concentrar entre os idosos: mais da metade deles ocorre nessa faixa etária. Em junho deste ano, quando a maioria dos vacinados estava entre a população mais velha, idosos eram 27% dos internados e 44,6% dos óbitos. Hoje, os números chegam a 62,1% e 78,9%, respectivamente.
Ainda segundo a Fiocruz, é essencial a adoção de protocolos diferenciados para os idosos, incluindo o rastreamento dos que ainda não tomaram a dose de reforço da vacina contra a Covid-19.
Um grupo de trabalho da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados, que vem acompanhando e monitorando a vacinação dessa população, realizou uma audiência pública sobre o assunto nesta segunda-feira (18). Entre os convidados, estava a médica pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, Margareth Dalcomo.
A especialista lembrou que desde o início da pandemia os idosos sempre foram os que mais precisaram de proteção. “A idade é, por si só, um indicador de complicações e letalidade na Covid-19. Além disso, há outro fator que se soma a idade: a obesidade. A doença é, também, independentemente da idade, outro fator que contribuiu enormemente para a morte de pessoas com a Covid”, explicou.
Com base nos dados que mostram que a vacinação diminuiu o número de mortes em idosos, Dalcomo falou ainda sobre a importância da dose de reforço para essa faixa etária. “Os dados falam por si só e não há dúvidas de que o impacto da vacinação neste grupo foi positivo. Por isso, devemos continuar trazendo os idosos para receber a terceira dose [dose de reforço] e também resgatar aqueles que ainda não concluíram a imunização”, finalizou.
O médico infectologista do Programa Nacional de Imunização (PNI), Victor Bertollo, representou o Ministério da Saúde na cerimônia e falou da expectativa da pasta em relação à aplicação da dose de reforço. “A orientação atual é aplicar após seis meses a segunda para que essas pessoas recebam a dose adicional. Com relação ao planejamento de disponibilidade de vacina, a expectativa é que até o fim do ano teremos doses suficientes para aplicar a dose de reforço em toda a população acima 60 anos”, esclareceu.
Dados da Covid-19
O Brasil registrou mais 7.446 casos e 183 óbitos por Covid-19, nesta segunda-feira (18), de acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia, mais de 120.147.125 milhões de brasileiros foram infectados pelo novo coronavírus. O Rio de Janeiro ainda é o estado com a maior taxa de letalidade entre as 27 unidades da federação (5,17%,). O índice médio de letalidade do País estava em 0,29%.
Taxa de letalidade nos estados
- RJ 5,17%
- SP 3,44%
- AM 3,22%
- PE 3,18%
- MA 2,85%
- PA 2,81%
- GO 2,70%
- AL 2,62%
- PR 2,59%
- CE 2,59%
- MS 2,56%
- MG 2,55%
- MT 2,53%
- RO 2,45%
- RS 2,42%
- PI 2,19%
- BA 2,18%
- SE 2,16%
- ES 2,13%
- PB 2,11%
- DF 2,10%
- AC 2,09%
- RN 1,99%
- TO 1,69%
- SC 1,62%
- AP 1,61%
- RR 1,60%
Os números têm como base o repasse de dados das Secretarias Estaduais de Saúde ao órgão. Acesse as informações sobre a Covid-19 no seu estado e município no portal brasil61.com/painelcovid.
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