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sábado, 4 de dezembro de 2021

Papa alerta para "retrocesso da democracia" na Europa e no resto do mundo



(Lusa) - O Papa Francisco considerou hoje que há "um retrocesso da democracia" na Europa e no resto do mundo, sobretudo por causa dos populismos e da "distância das instituições".


Francisco falava perante a Presidente e o primeiro-ministro da Grécia, Katerina Sakelaropul e Kyriakos Mitsotakis, à sua chegada ao país onde nasceu a democracia, como realçou o Papa na mesma intervenção.


"Não se pode deixar de constatar com preocupação como hoje, não apenas no continente europeu, se regista um retrocesso na democracia", disse o Papa, citado pela agência de notícias EFE.


Francisco considerou que "o autoritarismo é expedito e as promessas fáceis propostas pelos populismos mostram-se atraentes".


"Em diversas sociedades, preocupadas com a segurança e anestesiadas pelo consumismo, o cansaço e o mal-estar levam a uma espécie de ceticismo democrático", afirmou o líder da Igreja Católica e chefe de Estado do Vaticano, que iniciou hoje uma visita à Grécia depois de ter estado em Chipre.


Para o Papa, este ceticismo em relação à democracia "é provocado pela distância das instituições, pelo temor à perda de identidade e pela burocracia" e o remédio é "a boa política".


Francisco instou a que se passe "do partidarismo à participação, do mero compromisso para apoiar uma fação a um envolvimento ativo na promoção de todos".


Perante desafios "como a defesa do clima, a pandemia, o mercado comum e as pobrezas generalizadas", o Papa insistiu na necessidade de defender o multilateralismo das "excessivas pretensões nacionalistas" e para que as "exigências comuns" se sobreponham "aos interesses privados".


O Papa disse esperar que a resposta "às seduções do autoritarismo" seja "a democracia", que "à indiferença individualista se oponha o cuidado com o outro”, para que haja “um humanismo renovado".


"Que é aquilo de precisam os nossos tempos e a nossa Europa", afirmou.


Perante as autoridades gregas, Francisco lembrou os incêndios que atingiram a Grécia nos últimos anos e insistiu em que "os compromissos assumidos na luta contra as alterações climáticas sejam cada vez mais partilhados e que não sejam uma fachada, que sejam encarados com seriedade, que às palavras se sigam atos, para que os filhos não paguem mais uma vez a hipocrisia dos pais".

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