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sexta-feira, 20 de maio de 2022

Governo mantém previsão de crescimento de 1,5 % para 2022



O Governo Federal manteve a previsão de crescimento de 1,5% este ano, apesar das novas dificuldades que ameaçam a economia, como a guerra na Ucrânia, mas aumentou a sua projeção de inflação em 2022 de 6,55% para 7,90%.


As novas projeções estão contidas no Boletim Macrofiscal trimestral divulgado hoje pelo Secretariado de Política Econômica do Ministério da Economia e refletem a confiança do governo na recuperação econômica apesar de todas as ameaças, incluindo a inflação, taxas de juro elevadas, desemprego e incerteza política devido às eleições presidenciais de outubro.


De acordo com as previsões do Ministério, o produto interno bruto (PIB) do Brasil, a maior economia da América Latina, crescerá 1,5% este ano e 2,5% em 2023, mantendo assim inalteradas as projeções divulgadas há três meses.


Nesse período, porém, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou uma nova crise econômica internacional, fez subir os preços dos combustíveis, pressionou a inflação a nível mundial e ameaçou o fornecimento de alguns produtos importados pelo Brasil, principalmente fertilizantes e trigo.


Além disso, os confinamentos feitos pela China para lidar com uma nova vaga da pandemia reduziram a procura do gigante asiático, o principal parceiro comercial do país, de produtos brasileiros, especialmente de matérias-primas.


O Ministério justificou o seu otimismo no desempenho do setor dos serviços, responsável por mais de 60% do PIB do Brasil, que em março estava a operar ao seu mais alto nível desde maio de 2015 e com um volume de negócios 7,2% superior ao de antes do início da crise pandêmica.


A taxa de desemprego é ainda elevada, com 11,1% no primeiro trimestre de 2022, quase quatro pontos abaixo da taxa recorde que atingiu nos primeiros meses de 2021 (14,9%).


Os economistas do mercado financeiro não partilham o otimismo do governo e preveem um crescimento de 0,7% para este ano e 1% para 2023, menos de metade do que o do Ministério da Economia.


Quanto à inflação, o Governo reconheceu que a subida acentuada dos preços nos últimos meses elevará a taxa até 7,90% este ano, acima dos 6,55 % previstos há três meses, e que em 2023 será de 3,60%, mais alta do que os 3,25 % inicialmente calculados.


Se as novas estimativas de inflação do Governo forem confirmadas, este será o segundo ano consecutivo em que a taxa excederá a meta estabelecida pelo banco central. Isto porque a inflação em 2021 foi de 10,06%, a mais alta desde 2015 e quase o dobro do teto imposto pelo banco central.


Numa tentativa de conter o aumento dos preços, o banco central aumentou as taxas de juro para 12,75% ao ano, o seu nível mais elevado em cinco anos, apesar de o custo crescente do dinheiro poder ameaçar a recuperação econômica.

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