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terça-feira, 7 de junho de 2022

Cepal: Economias latino-americanas diante de uma crise cumulativa

A América Latina enfrenta uma situação difícil em um contexto externo de incerteza, inflação e desaceleração econômica e comercial, em meio a crises internas cumulativas, de acordo com relatório da CEPAL.

 


O relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) intitulado “Repercussões na América Latina e no Caribe da guerra na Ucrânia: como enfrentar esta nova crise?” aponta como fatores negativos a crise financeira internacional de 2008, as tensões econômicas entre os Estados Unidos e a China e a pandemia de covid-19.

Os problemas regionais fundamentais, segundo o documento, são a forte desaceleração econômica, o aumento da inflação e uma recuperação lenta e incompleta dos mercados de trabalho.

Isso aumentará os níveis de pobreza e pobreza extrema, passando de 7,8 milhões de pessoas para os 86,4 milhões cuja segurança alimentar já está em risco.

No relatório apresentado pelo secretário-executivo interino da CEPAL, Mario Cimoli, destaca-se que após a expansão econômica de 2021 -6,3% do PIB regional-, em 2022 se espera atingir 1,8, uma tendência lenta de crescimento da economia.

Avanços na vacinação, menos restrições à mobilidade e a reabertura das escolas promoverão uma recuperação da participação laboral, especialmente entre as mulheres, as mais afetadas durante a pandemia.

No entanto, haverá um aumento da taxa de desemprego devido à ação conjunta de maior participação do trabalho, baixo crescimento e geração de empregos.

A taxa de inflação está em alta desde 2021 e no final do ano passado  atingiu 6,6%, mas em abril de 2022 subiu para 8,1%, destaca a CEPAL.

Ao mesmo tempo, muitos bancos centrais esperam que a inflação permaneça elevada pelo restante do ano.

Segundo a CEPAL, o crescimento lento da economia e a aceleração da inflação, levam a que pobreza e pobreza extrema subam acima dos níveis estimados para 2021. Isso resultará numa incidência da pobreza regional, que poderá chegar a 33,7%, enquanto a pobreza extrema poderá atingir 14,9%.

Esse resultado reflete o forte aumento dos preços dos alimentos, e esses níveis estão bem acima dos observados antes da pandemia, o que se traduz em mais um retrocesso no combate à pobreza, destaca o relatório da CEPAL.

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