No seu último relatório ‘Perspectivas Econômicas Globais’ (‘Global Economic Prospects’), hoje divulgado, o Banco Mundial estima que o crescimento global “se mantenha neste ritmo em 2023-24, à medida que a guerra na Ucrânia causa disrupções na atividade, no investimento e no comércio a curto prazo, a procura acumulada se reduz e a política econômica e orçamental acomodatícia é retirada”.
“Como resultado dos danos causados pela pandemia e pela guerra, o nível de rendimento ‘per capita’ nas economias em desenvolvimento ficará este ano quase 5% abaixo da tendência pré-pandemia”, antecipa.
No relatório, o Banco Mundial alerta ainda para o “risco aumentado de estagflação, com as consequências potencialmente prejudiciais para as economias com rendimentos médios e baixos” que este cenário de fraco crescimento econômico e inflação elevada acarreta.
“Agravando os danos da pandemia de covid-19, a invasão russa da Ucrânia amplificou a desaceleração da economia global, que está a entrar no que pode se tornar um período prolongado de crescimento fraco e inflação elevada”, sustenta.
De acordo com o presidente do Grupo Banco Mundial, David Malpass, “a guerra na Ucrânia, os confinamentos na China, as interrupções na cadeia de abastecimento e o risco de estagflação estão a penalizar o crescimento” e, “para muitos países, a recessão será difícil de evitar”.
“Os mercados olham para o futuro, por isso é urgente incentivar a produção e evitar restrições comerciais. São necessárias mudanças na política fiscal, monetária, climática e da dívida para combater a má alocação de capital e a desigualdade”, acrescenta.
O relatório de junho das Perspectivas Econômicas Globais do Banco Mundial faz uma primeira avaliação sistemática de como as condições econômicas globais atuais se comparam com a estagflação da década de 1970, dando particular ênfase ao impacto que a estagflação pode ter nos mercados emergentes e nas economias emergentes.
A recuperação da estagflação da década de 1970 exigiu significativos aumentos das taxas de juro nas principais economias desenvolvidas, que desempenharam um papel proeminente no desencadear de uma série de crises financeiras nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento.
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