Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (15), traz dados sobre o setor da construção e suas mudanças entre 2011 e 2020
A indústria da construção no Brasil gerou R$ 325,1 bilhões em valor de incorporações, obras e/ou serviços da construção em 2020, resultado obtido a partir de 131,8 mil empresas ativas no setor. Os dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (15). Além disso, o setor empregou 2 milhões de pessoas, que receberam R$ 58,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
O levantamento reúne estatísticas sobre o segmento empresarial da indústria da construção no Brasil para fornecer subsídios para planejamentos na área privada e governamental. Nesta última edição, os números mostram ainda o cenário do primeiro ano da pandemia no país. No recorte histórico que compara 2011 com 2020, por exemplo, os pesquisadores observaram um destaque para a construção de edifícios.
“Ao longo dos últimos dez anos ocorreu uma mudança estrutural da construção. Obras de infraestrutura, segmento de maior participação em valor de incorporações, obras e/ou serviços da construção no ano de 2011, perdeu importância, correspondendo, em 2020, a 32,7% do total. Esse segmento foi ultrapassado por construção de edifícios, que passou de 39,9% para 45,3% de participação no período”, traz a pesquisa.
Do total de R$ 325,1 bilhões movimentados no ano da pesquisa em toda a indústria, o segmento de construção de edifícios gerou R$ 147,3 bilhões, empregou 97.425 pessoas e gerou R$ 18,9 bilhões de salários, retiradas e outras remunerações. Já as obras de infraestrutura renderam um maior volume de salários, mesmo com menor valor envolvido e menos empregados.
Nesse segmento, houve um valor de incorporações, obras e/ou serviços da construção de R$ 106,3 bilhões, foram ocupadas 628.023 pessoas e as remunerações chegaram a R$ 21,8 bilhões. “Construção de edifícios passou a ser o segmento mais representativo da indústria da construção, mudança que ocorreu em 2012 e seguiu até 2020”, destaca a pesquisa.
Marcelo Miranda Freire, analista da pesquisa do IBGE, também ressalta essas alterações. “Uma mudança estrutural que ocorre ao longo desses dez anos é justamente que, lá em 2011, ‘obras de infraestrutura’ era o segmento mais relevante, com 41,7%. Ele perde um pouco de participação para construção de edifícios e também para serviços especializados da construção, ao longo dos dez anos, e agora, atualmente, em 2020, se mantém como segundo colocado ao longo desses últimos dez anos.”
Outra mudança na linha do tempo das estatísticas vem da participação do setor público e do privado em obras de infraestrutura. Nesse recorte, a atuação do setor público vinha sendo a maior desde 2016, quando empresas privadas representaram 48,6% de participação, abaixo dos 52,6% de 2015. Mas, em 2020, essas obras foram divididas em 50% para ambos os setores.
Emprego
A PAIC 2020 mostra uma queda no número total de pessoas ocupadas na indústria da construção de 2,7 milhões, em 2011, para 2 milhões, em 2020. Mas entre, 2019 e 2020, o volume de emprego nessa área aumentou em 71,8 mil pessoas.
A remuneração média, medida em salário mínimo, também apresentou queda entre 2011 e 2020, passando de 2,6 salários mínimos para 2,2. O segmento de obras de infraestrutura segue sendo o que melhor remunera, com média de 2,6 salários mínimos em 2020.
Ainda entre 2011 e 2020, com relação às regiões do Brasil, houve queda do percentual da população empregada na indústria da construção no Nordeste e no Norte, enquanto no Centro-Oeste a estatística continuou a mesma. Nas regiões Sul e Sudeste houve aumento desses ocupados. “A Região Sudeste continuou figurando como a principal empregadora, seguida das Regiões Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte”, destaca a pesquisa.
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