Leonardo Trevisan, professor de economia e relações internacionais na ESPM
A reunião do G7, o grupo de países mais ricos e industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, desde domingo, dia 26, na Alemanha, sugeriu novas sanções que permanecem longe da realidade. A proposta apresentada pelo presidente americano, Joe Biden, por exemplo, é a de banir a Rússia do comércio internacional de ouro. Motivo: a capital da Rússia, Moscou, é um player importante nesse ramo, negocia algo em torno de US$ 15 bilhões\ano e é o terceiro maior produtor de ouro do mundo.
Na visão americana, essa punição atingiria duramente a economia russa. Porém, o ouro é “reserva de valor” e, em momento de ciclo recessivo, não faltarão compradores para esse metal. Segundo o especialista Leonardo Trevisan, professor de economia e relações internacionais da ESPM, a possibilidade de que o preço do ouro suba ainda mais é alta. “A Rússia repetirá o que já aconteceu com o petróleo: acumulará ainda mais reservas em moeda forte com a venda desse ‘commodity’”.
O Instituto de Finanças Internacionais de Berlim avaliou que entre fevereiro e maio a Rússia acumulou US$110 bilhões com a alta do preço do petróleo. O professor ressalta que não faltaram compradores, “só a Índia aumentou em 700 mil barris diários a compra do óleo russo. A China acumulou mais de um milhão de barris em pouco menos de um dia. Muitas potências médias asiáticas seguiram o mesmo caminho”, diz.
Trevisan comenta ainda que não faltou freguês para o produto russo. Em compensação, a economia europeia foi duramente atingida pela impressionante subida do custo da energia. Os erros repetidos parecem não ser só do lado ocidental.
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