Por Elizabeth Farias e Fabrício Silvestre, economistas do TC
Copom: Brasil
Taxa Selic: 13,75% (+0,00 p.p.); Consenso 13,75% (Anterior: 13,75%)
O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil decidiu pela manutenção da taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano. O comunicado veio em linha com o esperado pelo mercado, deixando em aberto os próximos passos da política monetária.
O Copom reforçou que devemos conviver com este patamar de Selic por período suficientemente prolongado. Os indicadores do TC sinalizam que a incerteza está acima da usual, justificando a cautela para definir os próximos passos da autarquia monetária.
Diante da decisão, mantemos nosso cenário-base com a Selic terminando o ano em 13,75%, esperando que o Copom decida por reduzir a taxa para 10,25% até o final de 2023.
Desde o último comunicado do Copom, o cenário de referência do BC para a inflação caiu de 6,8% para 5,8% em 2022, permaneceu em 4,6% em 2023 e aumentou de 2,7% para 2,8% em 2024.
O Copom reiterou que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação volte a surpreender. Portanto, a atenção deve se voltar aos próximos dados de inflação, com um olhar especial para o comportamento do núcleo e a alta de preços no setor de Serviços.
FOMC: Estados Unidos
Fed Funds: 3,00-3,25 (+0,75 p.p.); Consenso 3,00-3,75 (Anterior: 2,25-2,50)
O FOMC sinalizou a continuidade do ciclo de altas nas Fed Funds, e a declaração do presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou que a autarquia perseguira o objetivo da estabilidade de preços como havia sinalizado no simpósio de Jackson Hole. A decisão veio em linha com o esperado pelo mercado, mas trouxe revisões relevantes em termos de expectativas para a atividade econômica e para a taxa alvo Fed Funds.
Em nossa interpretação, a evolução recente dos dados de inflação e mercado de trabalho norte-americanos afastou a possibilidade de um ajuste de menor magnitude para a próxima reunião do FOMC, que ocorrerá em novembro.
Dentre os destaques principais, tivemos a revisão de expectativas da taxa de crescimento do PIB para 2022, que saiu de 1,7% para 0,2%. A mudança de expectativa da taxa alvo das Fed Funds para 2022, que saiu de 3,4% para 4,4%, foi o fator que mais contribuiu para a volatilidade adicional observada nos mercados.



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