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quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Eleições 2022: Voto útil é consciente - Como as ciências comportamentais podem ajudar em uma eleição polarizada?

 Especialista alerta sobre os preceitos e vieses na hora do voto



As eleições estão se aproximando e muito se fala sobre a questão ideológica: se é de “esquerda ou direita”, no entanto, o que deve ser levado em conta neste momento tão importante para o país é votar com consciência e nos candidatos que mais se aproximam dos seus valores. Por isso, Rebeca Toyama, especialista em carreira, explica sobre como votar consciente, utilizando o pensamento analítico, de acordo com os próprios valores. 

A especialista alerta que muitos encaram a eleição como uma tomada de decisão imediata, por mera associação ou simpatia com determinado candidato. “São escolhas importantes que devem estar alinhadas com os valores pessoais e visão de longo prazo, comenta, Rebeca Toyama, especialista em carreira.

Segundo um estudo feito pelo Instituto DataSenado e com colaboração da Universidade de Brasília (UnB), mostrou que neste ano de eleições majoritárias existiu uma queda no interesse por política entre os eleitores brasileiros, especialmente impulsionada pela falta de compreensão sobre o sistema político.

Há 10 anos a pesquisa indicava que 63% dos brasileiros tinham interesse em política, e esse percentual caiu para 53%. O número ainda se divide em 18% com alto interesse e 35% com médio interesse, mas para os eleitores entrevistados, o motivo desse desinteresse é o baixo nível de conhecimento sobre o sistema político, atrelado a carência de um ensino, que não discute esse tema em sala de aula, e também o sentimento de desilusão.

Portanto a especialista, convida os cidadãos brasileiros a se atentarem ao seu processo de tomada de decisão, pois quando não se tem essa compreensão o ser humano acaba tomando decisões pautadas nas emoções e caindo em vieses como o efeito manada - porque todo mundo está indo naquela direção - ou o viés de confirmação, deixando de lado a decisão consciente baseada em princípios.

“Nem sempre tomamos decisões de forma racional e consciente, e aí entra a parte das ciências comportamentais que mostram por meio de uma série de experimentos como isso acontece. Por falta de conhecimento, deixamos os nossos preceitos e vieses conduzirem nossas decisões de forma automática e por ser mais fácil, economizando energia e tempo. Mas neste momento de polarização no cenário político, quanto mais consciência tivemos domingo nas urnas, melhor será para a sociedade, para nação e para as famílias’, afirma, Rebeca.

 O que são preceitos e vieses?

De acordo com Rebeca, os preceitos e vieses são atalhos que nossa mente adota para facilitar nosso processo de escolhas. Quando se vai tomar uma decisão, nem sempre buscamos pelas informações necessárias, pois isso demandaria tempo e energia, então, são esses atalhos que norteiam o processo decisório, e que na maioria das vezes não condiz com os fatos. Por isso, os preceitos e vieses podem distanciar o eleitor de um voto mais consciente.

Vale ainda ressaltar que existem duas formas de se tomar uma decisão, de acordo com o livro Rápido e Devagar - duas formas de pensar, um best-seller publicado em 2011 pelo laureado e Nobel em Economia, Daniel Kahneman. No livro, o autor comenta sobre o S1 e o S2, o pensamento rápido, simplificado e automático para tomar decisões rotineiras e o pensamento analítico, buscando dados e comparando informações de forma sistemática.

Para Toyama, neste momento no qual as pessoas precisam exercer a cidadania, é de extrema necessidade utilizar o S2, o pensamento analítico. “Com a correria do dia-a-dia acessamos o S1, que vai olhar de forma rasa e tomar decisão de forma automática. Mas na escolha de um candidato demanda acionarmos o S2, pois esse pensamento entende que existe uma causa e consequência a longo prazo, e vai buscar informações que pautem essa decisão. Com a eleição vamos decidir o destino da condução do país e dos estados pelos próximos 4 anos, isso é importante que não se faça de forma automática, no calor da emoção, e sim de forma consciente, analítica e racional”, revela.

 Voto útil ou consciente?

Como tem circulado na mídia, o voto útil é quando um eleitor vota em um candidato que não é necessariamente sua primeira opção, a fim de determinar os resultados eleitorais. Já o voto consciente é quando seguimos nossos princípios e valores para escolher os candidatos.

Segundo Rebeca, o voto inteligente é aquele feito com responsabilidade, procurando pesquisar as propostas e o histórico de cada candidato, entendendo o papel de cada cargo e estando atento à veracidade das notícias.

“O voto útil é saudável somente se esse candidato está alinhado com os seus valores pessoais e com o que você deseja e acredita para a nação. O voto não consciente reforça ainda mais esse cenário tão ostensivo de polarização que temos observado no Brasil nos últimos anos”, ressalta. 

É utilidade pública trazer para os cidadãos informações preciosas sobre como votar consciente, e vale salientar que neste ano vamos ter cinco candidatos para votar, cada um com seu devido papel e importância, portanto, é necessário paciência, muita atenção e dedicação em cada pesquisa e voto. Existem diversos sites e aplicativos que auxiliam o eleitor na hora de encontrar os candidatos que mais estão alinhados com sua visão de mundo, como o site ranking dos políticos, divulgacand, aplicativo poder do voto, entre outros. 

“A pedida para esse momento é tirar um tempo, por mais escasso que seja, para estudar bem as propostas que encaixam em suas expectativas para o Brasil. Eleger um presidente é tão importante quanto eleger um governador, senador e deputados, então vale colocar nossa energia distribuída para essas votações”, finaliza Rebeca Toyama.

Sobre Rebeca Toyama

Rebeca Toyama é fundadora da ACI, signatária do Pacto Global da ONU. Mestre em Psicologia Clínica e Administradora. Especialista em educação corporativa, carreira e bem-estar financeiro. Atua há 20 anos como palestrante, mentora e coach. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT, da Galícia, da Universidade Fenabrave e do Instituto Filantropia. Colaboradora do livro Tratado de Psicologia Transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos.

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