8 bilhões de pessoas

 

Luiz Rodrigues

Por estes dias, novembro de 2022, a humanidade atingiu a impressionante cifra de 8 bilhões de indivíduos, segundo a ONU. É gente pra dedéu. Pouquíssimos são notoriedades, conhecidos no mundo todo, são as grandes personalidades mundiais, um mega empresário como Bill Gates ou um jogador de futebol como Cristiano Ronaldo. Cada nacionalidade tem lá seus destacados que são políticos, atrizes, etc. Mas a maioria da humanidade é formada por desconhecidos, a maioria, certamente, gostaria se ser famosa, de ter autoridade, de mandar ou influenciar. 

A maioria passará pela terra como anônimo. Daqui 100 anos poucos que viram a chegada do indivíduo 8 bilhões serão lembrados nos livros de história. Os sociólogos conceituarão como vivemos em 2022 a partir da ótica de sua própria época. As épocas são narcisistas. É como o poema mais melancolicamente filosófico de todos os tempos: Tabacaria de Fernando Pessoa. "Não sou nada, nuca serei nada..."

O anonimato geral é antagonizado pela importância que temos em nosso ciclo. É como ir a um enterro de desconhecido. O que sobrou do Egito Antigo? Os cemitérios. Mais uma vez Pessoa: É o destino a conduzir a carroça de tudo pela Estrada de nada.

A estatística mostra que a humanidade atingiu seu primeiro bilhão no século XIX, em 200 anos, um espirro na história, saltou mais sete. E Malthus não estava errado, como muitos dizem, se o capitalismo não houvesse desencadeado tanta inventividade e a força produtiva não haveria como alimentar tanta gente.

A humanidade envelheceu, passou a nascer menos gente e a haver mais velhos. Passou-se a morrer mais de câncer e de infarto do que de fome, talvez com exceção da África, América Latina e algumas regiões da África.

Lendo uma obra de Jane Austen, sempre nos salões da aristocracia, percebi que as pessoas com 35 anos já eram consideradas velhas, e os personagens falam, pode viver mais 10 ou 15 anos; a expectativa de vida girava em torno dos 40 anos. Já pensou? Quando não se usava sabão a maioria das pessoas morriam por problemas estomacais. Também não havia água tratada.

E você, integrante da humanidade 8 bi, anda lavando as mãos com sabão e investindo na bolsa?