Li um poeminha de Adélia Prado de forma aleatória num livro aleatório que peguei e manuseei na biblioteca e gostei: Chama-se Amor Feinho.
Amor Feinho – Poema de Adélia Prado
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero um amor feinho.
O poder da biblioteca é este. Os melhores livros que li encontrei "sem querer" nas bibliotecas. Não é bom ler somente o que se gosta. O bom é encontrar, se interessar por um livro desconhecido de um autor desconhecido ou conhecido. Nada como ficar horas numa biblioteca procurando livros. É como dizia Cícero: Se temos uma biblioteca e um jardim temos tudo. As cidades devem ter praças e bibliotecas.
Luiz Rodrigues.
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