Coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade Cruzeiro do Sul cita as principais previsões para o cenário do próximo ano
São Paulo, 12 de dezembro de 2022 – Ano novo chegando e, com ele, vem as altas expectativas sobre o que esperar da economia mundial e nacional, principalmente diante de um cenário de crise que o planeta enfrenta, além da guerra entre Rússia e Ucrânia, que tem afetado e ainda pode afetar muitas nações.
De acordo com o coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade Cruzeiro do Sul, Prof. Dr. Nelson Calsavara Garcia Junior, as expectativas para 2023 são, no mínimo, desafiadoras: no ambiente interno teremos um novo presidente e seus ministros e a renovação de parte do Congresso, que não será do mesmo partido do novo líder do país. Além disso, há os rumos imprevisíveis da Covid-19. Já no ambiente externo, a guerra na Ucrânia continua e se mantém a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China.
“Se tratando da China, a Covid-19 ainda tem causado lockdown por lá, o que prejudica a produção do país. No caso dos EUA, a expectativa mundial diz respeito a qual será a movimentação da taxa de juros nos próximos meses. O que se espera por enquanto é um movimento de alta, que pode reverberar para outros países”, esclarece.
Quanto ao desemprego no Brasil, Junior explica que: “Os dados mais recentes do Banco Central têm apontado um pequeno crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), para o próximo ano, de 0,70%. Sem um crescimento significativo para o PIB, isso pode acarretar uma perspectiva ruim para o desemprego, e mesmo para as novas vagas, que têm oferecido condições de remuneração inferiores, se comparado aos outros anos”, comenta.
Já no caso do salário-mínimo no Brasil, o professor enfatiza que o projeto de lei orçamentária anual para 2023, enviado para o Congresso em agosto de 2022, contava com um salário-mínimo de R$ 1.302,00. E em termos práticos, esse aumento representa apenas a correção da inflação do período. “Se o governo aumenta muito o salário-mínimo, isso pode causar mais inflação. Por outro lado, se aumenta pouco, além da queda na popularidade, pode aparecer outros tipos de problemas, desencadeado pelo endividamento das famílias”.
O coordenador lembra ainda que, independentemente da mudança de Presidente da República, o rumo da economia de 2023 seria alterado. Na avaliação do economista, o governo não poderia continuar gastando o que gastou, com uma taxa de juros alta, que tem pressionado a dívida pública para novos aumentos na taxa de juros, enquanto há um aumento da pobreza extrema e a inflação ainda fora da meta.
Para o novo ano, o Brasil pode tomar algumas medidas que podem melhorar o cenário econômico. “Existe uma expectativa muito grande em relação ao novo governo, e um plano econômico que pudesse apresentar uma proposta para a recuperação da desindustrialização, com vistas à geração de empregos formais, por si só já representaria um grande desafio, quando se olha para o atual patamar da taxa básica de juros”, finaliza o especialista.
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