Foi uma final épica. A Argentina, sob a liderança de Messi, consagrou-se no que chamei de Batalha do Deserto das Arábias. Após 36 anos voltou a ser campeã do mundo e igualou o número de conquistas de Pelé.
Parecia se encaminhar para uma conquista tranquila. A seleção portenha engoliu a França no primeiro tempo. Parecia também que faria o terceiro antes de a França fazer um gol de honra. A torcida gritou olé e aí a França renasceu. Fez um gol de pênalti e o gigante Mbappé, que parecia nem estar em campo no primeiro tempo, acordou e empatou o jogo pros gauleses logo em seguida.
A França foi superior na prorrogação, apesar da garra Argentina, faltava perna para o time alviceleste. A França dominou mas não conseguiu ficar à frente em nenhum momento. A Argentina fez o 3x2. De pênalti Mbappé tornou a empatar e no crepúsculo da prorrogação um chute forte poderia ter dado o tri à França. Nos pênaltis a Argentina levou sem susto.
A minha torcida foi improvável. A Argentina é a grande rival do Brasil, com componentes nada agradáveis, inclusive. Os argentinos sempre protagonizaram gestos racistas contra atletas brasileiros no futebol. A Argentina passou por um processo de esbranquiçamento de sua população. O escritor argentino Domingo Sarmiento chegou a chamar o imperador Pedro II de idiota por não incentivar a imigração alemã. A França causou as maiores desilusões futebolísticas da minha vida, a derrota na final de 1998 foi uma tragédia infantil, em 2006 nem pude acreditar. Hoje eu torcia pra Argentina perder e para a França não ganhar, no fim meio que deu certo, pênaltis não é futebol, alguém tinha que levar a taça pra casa.


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