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segunda-feira, 19 de junho de 2023

Novo estudo indica que nem mesmo casamento sólido leva adúlteros a se arrependem de casos

Os usuários do Ashley Madison citaram a insatisfação sexual como a principal motivação para se ter um affair, indicando que a infidelidade nem sempre é resultado de problemas mais profundos no relacionamento



Um recente estudo sobre a psicologia da infidelidade, baseado em uma extensa pesquisa com usuários do site Ashley Madison, revelou resultados surpreendentes sobre as motivações e experiências de pessoas envolvidas em casos extraconjugais. A pesquisa, conduzida em colaboração pela Universidade Johns Hopkins e a Universidade de Western Ontario, foi publicada no periódico Archives of Sexual Behavior, desafia noções amplamente aceitas sobre a infidelidade e destaca a satisfação expressa pelos participantes.


De acordo com os dados obtidos, ter um casamento sólido não tornou os infiéis mais propensos a se arrependerem de seus casos. Os participantes, em sua maioria, relataram que seus casos extraconjugais foram altamente satisfatórios tanto sexual quanto emocionalmente, e que não se arrependeram de tê-los tido.


Dylan Selterman, autor principal do estudo e professor associado do Departamento de Ciências Psicológicas e Cerebrais da Universidade Johns Hopkins, comentou sobre os resultados: "Nos meios de comunicação populares, como programas de televisão, filmes e livros, as pessoas envolvidas em casos extraconjugais costumam ser retratadas como carregando uma culpa moral intensa, mas não encontramos isso nessa amostra de participantes. As avaliações de satisfação com os casos extraconjugais foram altas tanto em relação à satisfação sexual quanto emocional. Além disso, os sentimentos de arrependimento foram baixos. Essas descobertas retratam um quadro mais complexo da infidelidade em comparação ao que acreditávamos saber."


O estudo foi conduzido com o objetivo de compreender melhor as experiências psicológicas daqueles que buscam e se envolvem em casos extraconjugais. Os pesquisadores entrevistaram quase 2 mil usuários ativos do Ashley Madison, antes e depois de terem tido casos extraconjugais.


Falta de sexo com parceiro é maior motivo para traição

Os participantes foram questionados sobre o estado de seus casamentos, o motivo pelo qual desejavam ter um caso e seu bem-estar geral. Os resultados revelaram que os participantes, geralmente do sexo masculino e de meia-idade, relataram altos níveis de amor por seus parceiros, mas baixos níveis de satisfação sexual.


Embora tenham demonstrado sentimentos amorosos por seus cônjuges, cerca da metade dos participantes afirmaram que não eram sexualmente ativos com seus parceiros. A insatisfação sexual foi apontada como a principal motivação para ter um caso extraconjugal, seguida por outras razões, como o desejo de independência e variedade de parceiros sexuais. Problemas fundamentais no relacionamento, como falta de amor ou raiva em relação ao cônjuge, foram citados como as razões menos frequentes para a infidelidade.


Os resultados sugerem que a infidelidade não é necessariamente o resultado de um problema mais profundo no relacionamento, afirmou Selterman. Os participantes buscaram casos extraconjugais porque desejavam experiências sexuais novas e emocionantes, ou às vezes porque não sentiam um forte compromisso com seus parceiros, em vez de buscar satisfação emocional. "A principal mensagem que podemos tirar disso é que manter a monogamia ou a exclusividade sexual, especialmente ao longo da vida, é realmente muito difícil. Acredito que as pessoas consideram a monogamia como algo garantido quando estão comprometidas em um casamento. Elas simplesmente assumem que seus parceiros ficarão totalmente satisfeitos em fazer sexo com uma única pessoa pelos próximos 50 anos de suas vidas, mas muitas pessoas falham nisso. Isso não significa que todos os relacionamentos estão fadados ao fracasso, mas sim que a infidelidade pode ser uma parte comum dos relacionamentos das pessoas”, afirma o pesquisador.


Selterman pretende expandir esse estudo investigando como outras populações de infiéis se comparam à amostra do Ashley Madison.




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