Foto: liderança do PT na Câmara |
Dizíamos na época da Lava-Jato que o Brasil vivia uma guerra feroz de burocratas contra políticos, tendo sido exatamente a operação desencadeada a partir de Curitiba o ponto alto deste conflito. Só que a Lava-Jato cometeu graves erros, ela foi uma tentativa de fazer política por fora da política se utilizando dos mecanismo coativos do judiciário, ela acabou fornecendo os elementos para a reação do mundo político.
Em 2013 uma das pautas mais marcantes que passaram a ser defendidas em cima da hora, já que as manifestações de junho daquele ano, as maiores da história brasileira, não sabiam muito bem o que queriam, foi a retirada de pauta de uma PEC que tirava os poderes investigatórios do Ministério Público. Por sinal deve ser questão de tempo o MP perder esses poderes.
Esta semana a Câmara dos deputados aprovou uma lei que criminaliza "discriminação" a políticos e, na próxima semana ocorrerá a sabatina do advogado Cristiano Zanin, indicado por Lula para ocupar a vaga deixada por Ricardo Levandowski no Supremo Tribunal Federal, mesmo tendo sido advogado particular de Lula, manifesto patrimonialismo, deve ter sua condução à corte suprema referendada com folga; Zanin se tornou um símbolo para os políticos.
Até o PL, do Valdemar Costa Neto, preso na época do Mensalão, e agora tornado no reduto bolsonarista, também uma contradição, já que o Bolsonaro fazia pregação contra o "centrão", nitidamente falsa, da boca pra fora; muito mais no intuito de controlar os votos e a oposição bolsonarista enquanto houver possibilidades de chegar ao poder no plano federal, liberou sua bancada para votar na indicação do advogado do Lula.
A indicação de Cristiano Zanin é uma das mais graves contradições do Lulismo dentre tantas, o Lula fazia um discurso altamente moralista do ponto de vista exatamente republicano, em cima da grave mazela histórica de confundir o público com o privado, antes de conseguir chegar ao poder em 2002. Nos últimos anos Lula passou a afirmar a superioridade do político sobre o servidor público concursado. O PT é hoje um partido patrimonialista, da mesma forma que sempre foram as oligarquias políticas contras as quais se afirmou nas décadas anteriores ao poder.
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