Em 2022, entre os 64,8 milhões de domicílios urbanos do país, 99,5% tinham água canalizada e 95,1% tinham acesso à rede geral de abastecimento de água. Já entre os 9,4 milhões de domicílios rurais, aqueles percentuais eram de 88,2% e 38,9%, respectivamente.
98,2% dos domicílios do país possuíam banheiro de uso exclusivo enquanto os com escoamento do esgoto feito por rede geral ou fossa séptica ligada à rede geral eram 69,5%.
Entre 2019 e 2022, a proporção de domicílios com esgotamento sanitário por rede coletora aumentou 1,3 ponto percentual (era de 68,2%). Nesse período, as regiões com as menores estimativas de acesso à rede geral de esgoto tiveram os maiores aumentos, com destaque para o Norte (de 27,3% para 31,1%) e o Nordeste (de 47% para 50,1%) que, em 2022, pela primeira vez, tinha metade dos seus domicílios ligados à rede geral de esgoto.
“Ainda que no período tenha havido um pequeno avanço do esgotamento sanitário por rede coletora, boa parte dos domicílios do País permanece sem acesso a esse serviço. Além disso, em 2022, 14,1% dos domicílios recorriam à fossa rudimentar ou a outras formas inadequadas de lançamento do esgoto, como diretamente em valas, rios ou mar, o que traz riscos à saúde humana e ao meio ambiente” explica Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa.
6,4 milhões de domicílios ligados à rede geral não recebiam água diariamente em 2022
No Brasil, 93,3% dos domicílios urbanos estavam conectados à rede geral de água em 2022 e a única região onde esse percentual estava abaixo dos 90% era a Norte (69,9%). Já entre os domicílios rurais, 32,0% estavam conectados à rede geral de água, enquanto 29,7% se abasteciam em poço profundo ou artesiano.
Em 2022, cerca de 9,0% (ou 6,4 milhões) dos domicílios do país que tinham a rede geral como principal forma de abastecimento de água não dispunham de fornecimento diário de água, e 3,6 milhões desses domicílios estavam no Nordeste.
As unidades da federação com os maiores percentuais de domicílios que tinham a rede geral como principal forma de abastecimento e com disponibilidade diária de água em 2022 eram o Distrito Federal (97,7%), Santa Catarina (97,4%) e Roraima (97,2%), enquanto os menores percentuais foram encontrados em Pernambuco (42,9%), Acre (47,8%) e Rio Grande do Norte (66,2%).
Acesso à energia elétrica está praticamente universalizado, exceto nas áreas rurais do Norte
Em 2022, a energia elétrica chegava a 99,8% dos domicílios do país, uma cobertura praticamente universal, fosse pela rede geral ou por fonte alternativa. A cobertura de energia elétrica era elevada, tanto em áreas urbanas (99,9%) quanto rurais (99,0%). Em 99,4% dos domicílios (73,7 milhões) a energia elétrica vinha da rede geral e a sua disponibilidade era em tempo integral em 98,7% dos casos (72,7 milhões de domicílios).
Nas áreas rurais, o percentual de domicílios com energia elétrica proveniente de rede geral era mais baixo (97,3%), principalmente nas áreas rurais da Região Norte (85,0%).
Em 86,0% dos domicílios do país, o lixo era coletado diretamente por serviços de limpeza
A proporção de domicílios do país que tinham seu lixo coletado diretamente por serviço de limpeza vem aumentando: saiu de 82,7%, em 2016, para 86,0%, em 2022. Isso representa um aumento de 14,0% no total de domicílios atendidos, ou 8,2 milhões de domicílios a mais, no período.
"Apesar desse crescimento, o lixo ainda era queimado (na propriedade) em um número considerável de domicílios do país em 2022. Isso ocorria sobretudo nas áreas rurais, onde mais da metade dos domicílios tinham como principal destino dado ao lixo a queima na propriedade", observa Gustavo. De fato, a queima de lixo na propriedade era praticada em 6,8% dos domicílios do país, enquanto a coleta em caçamba do serviço de limpeza ocorria em 6,2% dos domicílios do país. Nos domicílios em situação rural, tais percentuais eram de 51,2% e 11,5%, respectivamente.
Considerando-se apenas os domicílios urbanos, em 93,8% dos domicílios o lixo era coletado por serviços de limpeza. O Nordeste era a única grande região onde este serviço atendia a menos de 90% dos domicílios urbanos em 2022, chegando a 88,4% dos domicílios.
Em áreas rurais, também em 2022, a região Sul possuía a maior proporção de domicílios onde o lixo era coletado por serviços de limpeza: 47,6%.
No Norte e no Nordeste, há mais domicílios com motocicleta do que com carro
Norte e Nordeste foram as únicas regiões do país onde os percentuais de domicílios com motocicleta (35,3% e 33,0%, respectivamente) superavam os de domicílios com carro (30,7% e 29,9%). Nessas duas regiões também foram observados os dois maiores percentuais de posse de motocicleta (35,3% e 33,0%), enquanto o Sudeste (18,8%) tinha a menor proporção.
No Brasil, 49,8% dos domicílios possuíam carro, 25,0% tinham motocicleta, e 13,1% possuíam ambos. A Região Sul tinha o maior percentual de domicílios com carro (69,2%), enquanto o Nordeste e o Norte tinham as menores proporções desse bem (29,9% e 30,7%, respectivamente).
No País, 98,4% dos domicílios possuíam geladeira em 2022, percentual que variou entre 94,5% no Norte a 99,5% no Sul. Já a máquina de lavar roupa estava presente em 70,2% dos domicílios do país, com grandes diferenças regionais: o Nordeste (41,1%) e o Norte (55,0%) tinham os menores percentuais, enquanto Sul (89,3%), Sudeste (81,8%) e Centro-Oeste (80,2%) tinham os maiores.
15,9% dos domicílios do país tinham apenas um morador em 2022
Em 2022, cerca de 15,9% das unidades domésticas do país tinham apenas um morador e essa participação cresceu 3,7 pontos percentuais frente a 2012 (12,2%). Entre as pessoas que moravam sozinhas, 45,9% tinham entre 30 e 59 anos e 41,8% eram idosos (60 anos ou mais).
“Além do aumento dos domicílios unipessoais, há um detalhe importante: enquanto 55,9% dos homens que moravam sozinhos em 2022 tinham entre 30 e 59 anos, a maior parte (57,5%) das mulheres morando sozinhas tinha 60 anos ou mais”, destaca Gustavo.
Em 2022, o arranjo domiciliar mais frequente no país, encontrado em 66,3% dos domicílios, era o nuclear (casal com ou sem filhos, inclusive adotivos, enteados ou de criação). São também nucleares as unidades domésticas monoparentais (com somente um dos país morando com os filhos). Predominante em toda a série, a participação dos arranjos nucleares vem se reduzindo desde 2012, quando era encontrado em 68,3% dos domicílios do país.
As demais formas de arranjo domiciliar eram a unidade estendida (pessoa responsável pelo domicílio com pelo menos um parente) com participação de 16,5% em 2022, e as unidades domésticas compostas (pessoa responsável, com ou sem parentes e pelo menos uma pessoa sem parentesco), representavam 1,4% do total de domicílios ocupados.
De 2012 a 2022, proporção de idoso na população sobe de 11,3% para 15,1%
A população de pessoas abaixo de 30 anos de idade caiu para 43,3% em 2022. Em 2012, essa estimativa era de 49,9%. Já a população de 30 anos ou mais de idade cresceu, atingindo 56,7% em 2022 contra 50,1% em 2012.
Entre 2012 e 2022, destaca-se também a queda da participação das pessoas de 10 a 13 anos (de 6,7% para 5,4%) e de 14 a 17 anos de idade (de 7,1% para 5,6%).
Em 2022, a parcela de pessoas idosas (com 60 anos ou mais de idade) representava 15,1% da população, frente à estimativa de 11,3% em 2012.
Fonte: Agência IBGE
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