A Assessoria Econômica da ABBC – Associação Brasileira de Bancos entende que, na reunião do Copom dos dias 1 e 2 de agosto, há plenas condições para o início da flexibilização monetária, com uma queda na Selic de 0,50 p.p.. A decisão estaria alinhada ao balanço de riscos favorável, ao consistente processo de desinflação e à queda das expectativas, e ajudaria a reduzir o grau de aperto monetário. Há tempos, a taxa real de juros ex-ante, calculada com base na taxa prefixada do swap de 360 dias e nas expectativas inflacionárias para os próximos 12 meses, tem oscilado em torno de 7,0% a.a., patamar muito acima dos 4,5% a.a. que é considerado como neutro pelo Banco Central
Para Everton Gonçalves, superintendente da área, uma série de fatores tem beneficiado a dinâmica dos preços, como o arrefecimento das pressões inflacionárias internas e nas principais economias e a redução das incertezas no âmbito fiscal, com a tramitação favorável do novo arcabouço no Congresso e as aprovações da Reforma Tributária e do voto de desempate do governo nas decisões do Carf na Câmara dos Deputados.
“A decisão do CMN em manter a meta de inflação para os próximos anos em 3,0% ajudou a impulsionar o processo de reancoragem das expectativas”, afirma. “A percepção de um cenário fiscal mais benigno foi compartilhada pela recente elevação da classificação do risco soberano pela agência Fitch”, completou Gonçalves. Por fim, de acordo com Gonçalves, o quadro favorável é ratificado também na avaliação dos fatores de baixa da inflação, como a apreciação do real, a deflação dos preços das commodities em reais e o arrefecimento da demanda interna.
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