O Brasil recebeu 31,5 bilhões de dólares em Investimento Direto Estrangeiro (IDE) no primeiro semestre do ano, montante 26,7% abaixo do mesmo período de 2022, informou hoje o Banco Central.
Só em junho, os recursos investidos por estrangeiros em projetos produtivos na maior economia latino-americana caíram 64%, passando de 5,2 bilhões de dólares em junho de 2022 para 1,8 bilhões de dólares no mês passado, segundo dados do órgão emissor.
Apesar desta queda acentuada, o valor acumulado até agora está dentro das expectativas do Governo, que prevê que o investimento estrangeiro no Brasil caia de 91,5 bilhões de dólares em 2022 para 75 bilhões de dólares em 2023.
O investimento acumulado nos últimos doze meses até junho totalizou 80 bilhões de dólares, valor equivalente a 4,01% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e inferior ao acumulado nos últimos doze meses até maio (83,4 milhões de dólares), montante que representa cerca de 4,2% do PIB do país.
O investimento direto estrangeiro e no país nos últimos doze meses até junho, no entanto, superou significativamente o recebido nos doze meses até junho de 2022: 62,7 bilhões de dólares ou 3,50% do PIB.
O Brasil, com 41% de todo o investimento estrangeiro direto destinado à América Latina e Caribe, foi o quinto destino do IDE global em 2022, segundo acordo com estudo divulgado este mês pela Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
Entre os latino-americanos, seguiram-se México (17%), Chile (9%), Colômbia (8%), Argentina (7%) e Peru (5%).
Apesar da redução no primeiro semestre, o investimento estrangeiro direto no Brasil nos últimos doze meses foi mais do que suficiente para financiar o déficit em transações correntes do país no período, que somou 49,9 bilhões de dólares, valor equivalente a 2,5% do PIB.
O saldo negativo das contas do Brasil no exterior nos últimos doze meses até junho é menor que o acumulado até junho de 2022 (-56,6 mil milhões de dólares ou 51,1 bilhões de euros, o que equivale a 2,94% do PIB do país, e o de todo o ano passado (-57 mil milhões de dólares), o que representa 2,97% do PIB.
No primeiro semestre de 2023, o Brasil acumulou um déficit em seu saldo em transações correntes (diferença entre os recursos enviados ao exterior e os recebidos pelo país) de 13,8 bilhões de dólares, valor 33,7% inferior ao do mesmo período de 2022 (- 20,8 milhões de dólares).
Em junho, o Brasil registou um déficit na balança corrente de 843 milhões de dólares, que contrasta com o excedente do mesmo mês do ano passado de 266 milhões de dólares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário