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sexta-feira, 18 de agosto de 2023

A eleição no Equador e suas repercussões no Brasil

 


José Alves Trigo é professor de Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie e doutor em Análise do Discurso. Atuou como jornalista no Jornal Folha de S. Paulo e A Tribuna, de Santos.
 

 

O Equador tem menos de 20 milhões de habitantes e pouco mais de 250 mil quilômetros quadrados, um pouco menor que o Estado do Rio Grande do Sul.

 

No próximo fim de semana, cerca de 13 milhões de pessoas deverão eleger um substituto para o presidente Guillermo Lasso, que convocou eleições antecipadas para interromper um processo de impeachment contra ele.

 

As eleições naquele país têm sido marcadas por extrema violência. No dia 9 de agosto, foi assassinado o candidato Fernando Villavicencio, crítico do ex-presidente Rafael Correa, que hoje vive na Bélgica, pois é acusado de corrupção no Equador. Porém, deixou em seu país um movimento que é chamado de “correísmo”.

 
Cinco dias após a morte de Villavicencio, um dirigente partidário, Pedro Briones, também foi morto a tiros. Briones era do Movimento Revolução Cidadã, ao qual pertencia o ex-presidente Rafael Correa. Os dois estavam em campos ideológicos distintos, com Briones mais à esquerda e Villavicencio à direita.

 

As pesquisas indicam que o correísmo deve sair vencedor, o que, em tese, poderá facilitar as relações com o Brasil. Porém, não é este o aspecto que pode ser mais preocupante. Somos um país com marcas de violência muito fortes e marcado pela atuação de milícias, sobretudo no Rio de Janeiro, e grupos do crime organizado em quase todo o país.

 

Há evidências, no Equador, de que Fernando Villavicencio havia sido ameaçado, uma semana antes de morrer, por membros dos Los Choneros, uma gangue com ligações com o cartel de Sinaloa, do México, e cujo ex-líder, Joaquin “El Chapo” Guzmán, está preso nos Estados Unidos.

 

No Brasil, há sinais de que crime organizado já criou laços no Paraguai e Argentina e que os cartéis do tráfico no México também estão expandindo suas áreas de atuação a ponto de interferirem nas eleições equatorianas. Cada vez mais os cartéis e o crime organizado estão presentes na sociedade e até na política latino-americana. E esse é o risco.

 

Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie 

A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) está na 71a posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa Times Higher Education 2021, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Comemorando 70 anos, a UPM possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.

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