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quinta-feira, 21 de setembro de 2023

BC reduz Selic em 0,50%, para 12,75% ao ano: entenda o que é a taxa básica de juros e como ela afeta sua vida


Na quarta-feira, 20 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a Taxa Selic em 0,5 ponto percentual, de 13,25% para 12,75% ao ano. A tendência é que a taxa básica de juros da economia brasileira continue caindo nos próximos meses.


Como explica o financista e coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Ahmed Sameer El Khatib, a Taxa Selic é utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação, e influencia todas as outras taxas de juros do país, como as cobradas em empréstimos. Ela é a principal e mais rápida forma do governo impactar a economia, uma vez que ela impacta diretamente os mais diversos setores da economia.
 

“A taxa Selic é utilizada pelo Banco Central do Brasil como uma ferramenta para atingir seus objetivos macroeconômicos, como, principalmente, o controle da inflação. Ela influencia todas as outras taxas de juros do país, como as cobradas em empréstimos, financiamentos e até de retorno em aplicações financeiras. Qualquer mudança que o Banco Central do Brasil fizer na taxa resultará em uma alta ou queda da inflação. Além disso, a taxa Selic é um importante instrumento para controle da inflação, já que tem impacto direto sobre o consumo das famílias e, principalmente, a oferta de crédito na economia”, explica o docente.
 

O QUE INFLUENCIA A SELIC?
 

A taxa Selic é influenciada por diversos fatores, sendo o principal deles a inflação. Quando a inflação está alta, o Banco Central pode aumentar a taxa Selic para desacelerar a economia e controlar a inflação. Além disso, a taxa Selic também pode ser influenciada pelo perfil dos títulos públicos federais negociados e pelo nível de emprego e renda da população. Outro fator que pode influenciar a taxa Selic é o câmbio, já que uma taxa Selic mais alta pode atrair mais recursos estrangeiros para o país.
 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil avalia diversos fatores para definir a meta da taxa Selic. Além disso, a ata do Copom traz informações sobre as projeções econômicas em relação à economia e às perspectivas futuras, o que pode ser útil para entender as tendências do mercado financeiro, sendo uma fonte importante de informações para investidores, analistas e demais interessados em acompanhar a política monetária do Brasil.
 

SELIC E OS INVESTIMENTOS
 

Segundo o professor universitário, quando a taxa Selic está alta, os investimentos em renda fixa, como títulos públicos e CDBs, tendem a ser mais rentáveis, já que os juros pagos pelos empréstimos e financiamentos também são mais altos.
 

Por outro lado, em um cenário de Selic baixa, os investidores tendem a buscar opções mais arriscadas, como ações, para obter maiores retornos. Além disso, a taxa Selic também pode influenciar indiretamente a valorização ou não das ações de empresas negociadas nas bolsas de valores.
 

“Quando a taxa Selic aumenta, o acesso ao dinheiro pela população, tanto por linhas de crédito, empréstimos e financiamentos, fica reduzido, o que pode afetar o consumo e, consequentemente, a economia. Em resumo, a taxa Selic é um importante indicador para investidores, que devem estar atentos às suas variações para tomar decisões de investimento mais informadas”.
 

A taxa Selic interfere também nas aplicações de renda fixa, renda variável e previdência privada, como os planos fechados de empresas. Na renda fixa, a taxa Selic é um importante indicador para investidores, já que os juros pagos pelos empréstimos e financiamentos também são mais altos quando a taxa Selic está alta, tornando os investimentos em renda fixa mais rentáveis. Na renda variável, a taxa Selic pode afetar indiretamente a valorização ou não das ações de empresas negociadas nas bolsas de valores.
 

Em relação à previdência privada, a taxa Selic pode afetar tanto os planos de renda fixa quanto os de renda variável. Quando a taxa Selic está alta, os planos de renda fixa tendem a ser mais rentáveis, enquanto os planos de renda variável podem ser mais arriscados.
 

ONDE E COMO INVESTIR
 

Com a Selic alta, investir em renda fixa pode ser uma boa opção, já que os juros pagos pelos empréstimos e financiamentos também são mais altos, tornando os investimentos em renda fixa mais rentáveis. Além disso, investir em títulos públicos e CDBs pode ser uma opção interessante, já que esses investimentos costumam ser indexados à taxa Selic.
 

Já com a Selic baixa, os investidores tendem a buscar opções mais arriscadas, como ações, para obter maiores retornos. Além disso, investir em fundos imobiliários e em títulos privados pode ser uma opção interessante, já que esses investimentos costumam ter rentabilidades maiores em cenários de Selic baixa.
 

“Com a Selic alta, investir em renda fixa pode ser uma boa opção, enquanto com a Selic baixa, os investidores tendem a buscar opções mais arriscadas e com maior potencial de retorno. É importante lembrar que cada investimento tem suas particularidades e riscos, e que é importante avaliar cada opção com cuidado antes de investir”, acrescenta.
 

FUTURO DO JUROS NO BRASIL
 

“Com tantos fatores no horizonte, as perspectivas para o futuro da Selic variam muito. Tudo depende de como será feita a lição de casa econômica, política e, principalmente, fiscal. Por exemplo, se essa tarefa não for feita e não tivermos interferência do governo na política de juros, nada impede de fecharmos o ano com 14% de Selic”, finaliza.
 


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