Fechamento e performance da bolsa de valores em agosto de 2023 - Blog A CRÍTICA

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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Fechamento e performance da bolsa de valores em agosto de 2023

Jean Martins Mainardi, assessor de investimentos na WIT Invest

1. Como foi o desempenho geral do mercado de ações durante o mês de agosto?

O mês de agosto foi um mês difícil para a bolsa, pois está com um desempenho médio negativo de 3,6%. O mês de agosto ficou marcado por ter tido 13 quedas históricas e, após isso, uma recuperação considerável, acalmando os ânimos dos investidores e diminuindo as perdas.

 

2. Quais setores apresentaram o melhor desempenho na bolsa de valores neste mês?

Dentre todos os setores da bolsa de valores, que no geral sofreram. O que menos sofreu foi o setor de utilities, que contempla setores de energia elétrica e saneamento, que são setores de utilidade pública.

 

3. Quais ações se destacaram positivamente no Ibovespa durante o mês de agosto? E qual foi a pior? Por quê? 

A ação que mais se destacou no mês de agosto foi a do Grupo São Martinho, com alta de 12,7%. A ação que se destacou de forma negativa foi o grupo Pão de Açúcar com 38% de queda, parte da queda dos 38% foi gerada por Spin-off e outra parte por desvalorização do ativo.

 

4. Quais foram os principais fatores econômicos e políticos que influenciaram o comportamento do mercado em agosto?

De fato, no dia 2 de agosto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a Selic em 0,5 ponto porcentual, fixando a taxa em 13,25% ao ano. Por outro lado, ao longo do mês, houve deterioração em todos os outros fundamentos que sustentavam a alta do Ibov.

As dificuldades no cumprimento das metas estipuladas no arcabouço fiscal voltaram ao radar dos investidores em função das discussões sobre o orçamento de 2024 em Brasília. Paralelamente, as alterações na reforma tributária passaram a desagradar o mercado.

Assim, com as reduções previstas para a Selic até o fim do ano e os juros dos EUA ainda com potencial de ser elevado, o diferencial entre as taxas diminui, reduzindo, assim, a atratividade que antes o Brasil tinha.

 

5. Houve algum acontecimento específico que afetou o comportamento dos investidores durante o mês?

Todo esse contexto de aversão global a risco inverteu uma outra tendência que vinha sendo registrada nos últimos meses: a de entrada de capital estrangeiro na B3. Até 8 de agosto, todos os dias do mês tinham sido de resgates. No acumulado do período, os gringos retiraram R$ 5,026 bilhões da B3.

Assim, com as reduções previstas para a Selic até o fim do ano e os juros dos EUA ainda com potencial de ser elevado, o diferencial entre as taxas diminui, reduzindo, assim, a atratividade que antes o Brasil tinha.

 

6. Como estão as perspectivas para o próximo mês com base nas tendências observadas em agosto?

Com as quedas acumuladas em agosto, o Ibovespa voltou a um patamar que não era visto desde o começo de junho. A última vez que o índice tinha sido negociado perto da casa dos 116 mil pontos foi no pregão do dia 07 de junho, quando encerrou o dia cotado a 115.488,89 – na ocasião, essa era a máxima do ano. Isso não significa, no entanto, que essa recuperação deve acontecer no mesmo ritmo do último rali. O ciclo de cortes na taxa de juros brasileira, que era tido como o grande diferencial do semestre, já está em boa parte precificado no mercado e pode não ser suficiente para se contrapor ao cenário externo. É ele quem tem que melhorar para que o Ibovespa volte a subir.

 

7. Quais foram as estratégias de investimento mais bem-sucedidas durante este período e por quê?

Como o mercado passou por um momento conturbado, operações short (vendidas) obtiveram mais sucesso.

 

8. Como o fechamento da bolsa em agosto comparou-se com o desempenho dos meses anteriores do deste ano?

O cenário negativo surpreendeu parte do mercado, que vinha surfando uma forte onda de otimismo desde o segundo trimestre do ano. Entre abril e julho, o Ibovespa saltou 20% em meio à apresentação do novo arcabouço fiscal, aprovação da reforma tributária, melhoria da classificação de crédito do Brasil pela agência Fitch e divulgação de dados domésticos de inflação melhores que o esperado.

 

9. Quais são as projeções e expectativas para o mercado de ações a partir de agosto? Quais são as principais oportunidades e desafios previstos?

Agora, é como se o Ibov tivesse dado um passo atrás há mais de dois meses. Um cenário que, apesar de negativo, também pode ser entendido como uma oportunidade para montar posições na Bolsa antes que as altas voltem a acontecer, como espera grande parte do mercado. Em termos de múltiplos, o Ibovespa e muitos setores importantes da B3 ainda estão descontados, o que indica que há espaço para a retomada das valorizações daqui para frente.

 

10. Como a recente alta consecutiva na Bolsa de Valores brasileira e a queda no valor do dólar estão relacionadas ao enfraquecimento do emprego nos Estados Unidos e à possível mudança na política monetária do Federal Reserve? De que maneira esses eventos impactam o investidor?

O aumento no desemprego mostra a eficácia do aumento do juro americano para controle da inflação. Com inflação controlada traz maior previsibilidade de endividamento e melhora no ambiente de negócio.


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