por Luiz Rodrigues
Recentemente, dois casos de disparos de arma de fogo resultando em homicídios durante a celebração de missas/novenas católicas em pequenas cidades do Rio Grande do Norte têm um significado profundamente impactante. O primeiro incidente ocorreu em Serra Negra, uma localidade que nos últimos meses tem sido assolada por uma onda de assassinatos, e o segundo aconteceu neste último sábado (07) em Frutuoso Gomes.
A incidência de crimes está se alastrando pelas pequenas cidades do interior do Nordeste, regiões antes marcadas por altos índices de pobreza. No entanto, graças às políticas de previdência rural e aos programas de transferência de renda, a fome praticamente foi erradicada. Entretanto, surge a perplexidade: se a pobreza foi mitigada, por que então a violência persiste em ascensão?
O equívoco comum entre a maioria dos teóricos que buscam explicar a violência no Brasil é atribuir esse fenômeno à pobreza e à suposta malevolência das elites, geralmente adotando uma abordagem neomarxista. Contudo, é importante salientar que a pobreza não é a raiz do problema. As elites, é verdade, têm sua parcela de responsabilidade na construção de um histórico lamentável, mas o cerne do problema reside em questões ideológicas, em um sentido essencialmente hegeliano-marxista.
Diante da extrema carência que permeava o passado, a tradição religiosa católica era o pilar que sustentava a comunidade. Essa base deveria ter sido progressivamente substituída por uma educação mais abrangente, mas lamentavelmente isso não ocorreu. Como resultado, resta agora uma população considerável desprovida de uma estrutura psicológica sólida para enfrentar as vicissitudes do mundo, vivendo em uma lamentável decadência moral e absorvendo, de forma passiva, influências negativas, sobretudo através da música de qualidade duvidosa.
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