Especialista em recuperação empresarial, o advogado Felipe Granito aponta que estratégia jurídica adequada pode reverter cenário de negativo
Novembro, 2023 – O Rio Grande do Norte encerrou o primeiro semestre com um saldo positivo na abertura de empresas. Foram abertas 5.066 novas empresas, frente a 3.729 encerramentos, um saldo positivo de 1.337 novos empreendimentos. No entanto, manter esses negócios abertos e a saúde financeira ainda é um desafio para os brasileiros, e a quantidade de empresas endividadas comprova isso: o estado tem 70 mil empresários inadimplentes, segundo dados do Serasa Experian. No Brasil, são 6,5 milhões de empresas em dívida.
Especialista em recuperação empresarial, o advogado Felipe Granito, do GBA Advogados Associados, explica que diversos fatores explicam esse cenário atual neste ano. “Temos o cenário negativo dos últimos anos, com forte impacto da pandemia, somado à escassez de crédito. Dívidas que foram postergadas quando tudo foi fechado, agora, estão sendo cobradas, o que enforca ainda mais o empresário. Mesmo com a redução da Taxa Selic, os juros para as empresas continuam altos, o que afeta diretamente a dívida com os bancos”, explica.
O conjunto desses fatores se reflete no número de empresas inadimplentes e no fechamento desses negócios. Segundo o Mapa de Empresas do Governo Federal, há uma constância no crescimento de fechamento de empresas no país. Somente em agosto deste ano, foram 185 mil negócios encerrados em todo o território nacional. O pior resultado para agosto nos últimos cinco anos.
Segundo o advogado, a dívida com empréstimos bancários é uma das que mais pesam. “É comum os bancos utilizarem de algumas práticas que são reconhecidas como abusivas pelo Judiciário e que acabam fazendo com que a dívida aumente como uma bola de neve. Um exemplo é a utilização do crédito rotativo para quitar parcelas que estão em débito automático”, alerta.
Granito, no entanto, aponta que o empresário que está inadimplente tem meios para recuperar a saúde financeira e sair desse momento de crise, como a negociação direta. “Com a estratégia adequada, é possível reverter esse cenário negativo e a renegociação direta com o credor é um caminho. Em nosso escritório, temos conseguido uma taxa média de desconto superior a 80% ao negociar com os credores, inclusive bancos, além de um trabalho de reestruturação da empresa”, afirma.
O advogado ressalta que o empresário precisa estar atento para buscar o auxílio quando ainda é possível a recuperação, evitando medidas mais drásticas como a recuperação judicial, que é um procedimento jurídico complexo e que dificilmente tem resultado positivo. “Uma empresa com dívida de até 15 vezes o faturamento mensal dela tem condições de negociar com o banco e se recuperar", conclui.


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