Murillo Torelli é professor de Contabilidade Financeira e Tributária no Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou uma postura preocupante ao minimizar os riscos do endividamento do país em busca de investimentos. Sob o pretexto de gastos (investimentos) com "coisas maravilhosas" e necessárias para o Brasil, Lula parece ignorar lições cruciais de responsabilidade fiscal que são fundamentais para o crescimento sustentável.
Ao chamar os gastos de investimentos, o presidente tenta embelezar uma realidade econômica que exige prudência e planejamento. No entanto, é fundamental questionar a validade dessa retórica, especialmente quando se considera o impacto direto que a gastança desenfreada pode ter na economia brasileira.
Contrariando a visão do presidente, é essencial ressaltar que gastos sob controle criam o ambiente propício para taxas de juros menores, fomentando, assim, o crescimento econômico. Atualmente, a economia brasileira enfrenta desafios, como indicado pelo relatório Focus do Banco Central, que prevê um crescimento modesto do PIB nos próximos anos.
A história econômica do Brasil nos alerta sobre os perigos do descontrole fiscal. A recessão entre 2015 e 2016, seguida pela implementação do teto de gastos em 2016, destacou a necessidade imperativa de responsabilidade fiscal. Esse arcabouço fiscal, apesar de permitir algum aumento de despesas, foi um sinal de compromisso do governo com a estabilidade econômica, reconquistando a confiança dos mercados e investidores.
No entanto, as declarações recentes de Lula sugerem uma inclinação perigosa para ignorar essa lição recente da história econômica brasileira. A desaceleração atual exige uma política econômica consistente, com foco na responsabilidade fiscal, em vez de soluções de curto prazo e que visam ganhos políticos imediatos.
Estamos em um momento delicado para a economia brasileira, sendo imperativo que o país permaneça no caminho da responsabilidade fiscal e do controle da dívida pública. A busca por popularidade não pode sobrepor a necessidade de garantir um crescimento sustentável nos próximos anos. Ignorar essa realidade pode resultar em consequências severas, comprometendo os avanços conquistados até agora e colocando em risco o futuro econômico do Brasil.
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