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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Obra clássica de Hannah Arendt retorna às livrarias brasileiras com nova edição e revisão técnica

Publicado pelo selo Crítica da Editora Planeta, Crises da república reúne ensaios e entrevistas com uma das maiores filósofas do século XXI e reflete sobre a liberdade pública



 


“Do calor da defesa da República e da democracia, seus julgamentos continuam a nos instigar. Nestas páginas, Arendt nos conduz à reflexão sobre o que nos constitui politicamente: a liberdade pública – que tanto promete quanto exige de nós.”


 


—Adriana Novaes, tradutora e doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP)




Para Hannah Arendt, filósofa alemã de origem judaica, um dos elementos centrais da vida humana é o fato político, conceito que define a necessidade que uma sociedade institucionalizada por um poder normativo e coercitivo tem de impor regras e utilizar a força de forma disciplinadora. Este pensamento é o que norteia os três ensaios e uma entrevista concedida por Arendt reunidos na obra Crises da república, que chega às livrarias brasileiras em nova edição e revisão técnica pelo selo Crítica da Editora Planeta.

 

Publicado originalmente em 1972, os textos que compõem o livro foram escritos entre 1968 e 1971, época que ficou marcada pelas lutas por direitos civis, pela Guerra do Vietnã e a efervescência dos movimentos estudantis. Naquele momento, os episódios abalaram as fundações das instituições norte-americanas e impactaram de maneira significativa e irreversível todo o restante do mundo. Atravessada pelos acontecimentos que marcaram o século, Hannah Arendt se debruçou para examinar detalhadamente a distorção da política pela imagem.

 

Segundo Arendt, o conceito de poder é diferente de violência, assim como a desobediência civil é um direito dos cidadãos. “Somos livres para mudar o mundo e começar algo novo nele. Sem a liberdade mental para negar ou afirmar a existência, para dizer ‘sim’ ou ‘não’ – não apenas a afirmações ou proposições para expressar concordância ou discordância, mas também às coisas como elas são dadas, para além da concordância ou discordância, a nossos órgãos de percepção e cognição –, nenhuma ação seria possível; e ação, é claro, é a verdadeira matéria de que é feita a política.”, escreve a filósofa.

 

À frente de seu tempo, em Crises da república, Hannah Arendt debate questões políticas latentes para época em que viveu, mas que também estão intrinsecamente conectadas com a conjuntura política contemporânea. Ainda que não se considerasse uma filósofa, mesmo tendo estudado Filosofia, a pensadora se tornou referência nos estudos relacionados à política e regimes totalitários, além de ter influenciado as obras de grandes nomes como Jürgen Habermas, Maurice Merleau-Ponty e Quentin Skinner.

 

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FICHA TÉCNICA

Título: Crises da república

Autora: Hannah Arendt

Tradução: Adriana Novaes

Revisão técnica: Adriano Correia

Páginas: 208 p.

Preço livro físico: R$72 ,90

Selo Crítica, Editora Planeta

 

SOBRE A AUTORA

Hannah Arendt nasceu na Alemanha, em 1906, e viveu nos Estados Unidos desde 1941 até sua morte, em 1975. Sua vida abrangeu o tumultuoso século XX, assim como seu pensamento. Ela não se considerava uma filósofa, apesar de ter estudado filosofia. Arendt era uma pensadora que buscava não uma verdade metafísica, mas sim o significado por trás das aparências e de eventos. Ela questionava mais do que oferecia respostas e escreveu o que pensava, em especial para encorajar outros a refletirem por si mesmos. Destemida diante das consequências de suas ideias, Arendt encontrou coragem entrelaçada em cada fio da liberdade humana.

 

SOBRE O SELO CRÍTICA

Criado na Espanha, em 1976, e disponível no Brasil desde 2016, o selo Crítica é conhecido pela qualidade de seus títulos na área de história, ensaios e divulgação científica. Niall Ferguson, Mary Beard, Miguel Nicolelis, Noam Chomsky e Antony Beevor estão entre os principais autores no Brasil.

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