Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Ex-comandantes do Exército e da Força Aérea brasileira acusaram o ex-presidente Jair Bolsonaro de propor a realização de um golpe de Estado através da anulação das eleições de 2022. A informação consta em depoimentos prestados à Polícia Federal e tornados públicos nesta sexta-feira (15) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Reuniões no Palácio da Alvorada:
- O general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, relata ter participado de reuniões no Palácio da Alvorada após o segundo turno das eleições, onde Bolsonaro apresentou "hipóteses de utilização de institutos jurídicos" como a Garantia da Lei e da Ordem, estado de defesa e estado de sítio em relação ao processo eleitoral.
- O objetivo seria anular as eleições e manter Bolsonaro no poder.
- Um dos cenários envolvia o encerramento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Reação dos militares:
- O general Freire Gomes teria dito que precisaria prender Bolsonaro caso ele insistisse em seus planos golpistas.
- O ex-comandante da Força Aérea, Carlos de Almeida Baptista, afirmou ter deixado claro a Bolsonaro que "não haveria qualquer hipótese" de ele permanecer no poder após o término do mandato.
Outras autoridades:
- Diversas autoridades políticas convocadas preferiram ficar em silêncio durante os depoimentos, incluindo o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e o ex-ministro da Segurança Institucional Augusto Heleno.
Contexto:
- As revelações surgem no âmbito da investigação do STF sobre um suposto plano de golpe de Estado para reverter a derrota eleitoral de Bolsonaro e impedir a posse do presidente Lula.
- Em 8 de janeiro de 2023, radicais apoiadores de Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes do STF, do Congresso e do Palácio do Planalto em Brasília.
Medidas contra Bolsonaro:
- O STF já impôs medidas cautelares contra Bolsonaro, confiscando seu passaporte, impedindo-o de sair do país e proibindo-o de contactar outros investigados.
- O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o tornou inelegível por oito anos por liderar uma campanha para desacreditar as instituições democráticas.
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