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domingo, 21 de abril de 2024

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Gastos militares globais em defesa subiram 6,8% em 2023

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Lusa - Os gastos globais com defesa aumentaram consideravelmente no último ano, com o total de despesas militares ultrapassando os dois trilhões de dólares, um aumento de 6,8% em relação a 2022, conforme indicado por um estudo divulgado hoje.


De acordo com o relatório anual do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), os gastos militares em todo o mundo chegaram a 2,443 trilhões de dólares, marcando o aumento anual mais significativo desde 2009, impulsionado por um clima de guerra e insegurança que tem elevado os gastos pelo nono ano consecutivo.


Os Estados Unidos, China e Rússia foram os países que mais gastaram em defesa, e todas as três superpotências militares aumentaram seus gastos militares.


Pela primeira vez desde 2009, os gastos militares globais aumentaram em todos os continentes, especialmente na Europa, Ásia, Oceania e Oriente Médio.


"Nunca antes vimos um aumento tão significativo nos gastos militares, o que é uma resposta direta à deterioração global da paz e segurança", explicou Nan Tian, pesquisador sênior do Programa de Despesas Militares e Produção de Armas do SIPRI, no resumo do estudo divulgado hoje.


O conflito militar na Ucrânia levou a um aumento nos gastos com defesa por parte da Rússia em 24%, chegando a cerca de 109 bilhões de dólares, registrando um aumento de 57% desde 2014, quando as autoridades russas anexaram a Crimeia.


A Ucrânia foi o oitavo maior gastador em 2023, com um aumento nos gastos de 51%, totalizando 64,8 bilhões de dólares, o que representa 58% do total de despesas de Kiev.


A Ucrânia também recebeu pelo menos 32 bilhões de euros em ajuda militar durante o ano, incluindo cerca de 21 bilhões de euros dos EUA.


Juntos, esses auxílios e os gastos militares da Ucrânia equivalem a cerca de 91% dos gastos totais da Rússia.


O relatório também revela que os Estados Unidos continuam sendo o maior gastador da OTAN, mas reconhece que os países europeus membros da aliança aumentaram sua contribuição para a defesa.


Em 2023, os 31 membros da OTAN (ainda sem a Suécia, que se tornou o 32º membro este ano) representaram 1,341 trilhão de dólares, o que equivale a 55% dos gastos militares globais.


Os gastos militares dos EUA aumentaram 2,3%, chegando a 916 bilhões de dólares em 2023, representando 68% do total da OTAN.


"Para os membros europeus da OTAN, os últimos dois anos de guerra na Ucrânia mudaram fundamentalmente as perspectivas de segurança", explicou Lorenzo Scarazzato, pesquisador do Programa de Despesas Militares e Produção de Armas do SIPRI.


Uma década após os membros da OTAN se comprometerem formalmente a gastar 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em Forças Armadas, 11 dos 31 membros da OTAN atingiram ou ultrapassaram esse nível em 2023, o maior número desde que o compromisso foi assumido.


A China, o segundo maior gastador militar do mundo, destinou cerca de 296 bilhões de dólares às Forças Armadas em 2023, um aumento de 6% em relação a 2022, marcando o 29º aumento consecutivo sob o regime de Pequim.


"A China está direcionando grande parte de seu crescente orçamento militar para aumentar a prontidão de combate do Exército de Libertação Popular", disse Xiao Liang, pesquisador do Programa de Despesas Militares e Produção de Armas do SIPRI.


Em outra frente de conflito atual, os gastos militares estimados no Oriente Médio aumentaram 9% em 2023, chegando a 200 bilhões de dólares, registrando a taxa de crescimento anual mais alta na região na última década.


Os gastos militares de Israel, o segundo maior da região depois da Arábia Saudita, aumentaram 24%, atingindo 27,5 bilhões de dólares, em parte devido à escalada do conflito contra o Hamas em resposta a um ataque desse grupo islâmico em território israelense em outubro do ano passado.


"O aumento nos gastos militares no Oriente Médio em 2023 reflete a rápida mudança na situação da região, desde o aquecimento das relações diplomáticas entre Israel e vários países árabes nos últimos anos até o surto de uma grande guerra em Gaza e os temores de um conflito em toda a região", explicou Diego Lopes da Silva, pesquisador sênior do Programa de Despesas Militares e Produção de Armas do SIPRI.


De acordo com o relatório divulgado hoje, a Índia foi o quarto maior gastador militar do mundo em 2023, com 83,6 bilhões de dólares, um aumento de 4% em relação a 2022.


O maior aumento percentual nos gastos militares de qualquer país em 2023 foi observado na República Democrática do Congo (um aumento de 105%), onde um conflito prolongado entre o governo e grupos rebeldes armados tem ocorrido.

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